Page 267 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
do que entre as médias das casas; que houve resposta bem maior entre crianças
imunizadas acima dos 10 anos de idade; que houve menor resposta entre crianças
com parasitemia assintomática por malária, assim como entre indivíduos com
genótipo de hemoglobina AA em relação àqueles com genótipo AS e, finalmente,
que não houve correlação entre desnutrição leve e resposta imune, tendo sido
excluídos da pesquisa os desnutridos graves.
Comentaram os autores que a correlação negativa entre os títulos iniciais e a
pós-vacinação poderia decorrer de variações técnicas, ou da rápida neutralização
da vacina por anticorpos preexistentes, ou ainda do método estatístico. No entanto,
sendo real, tal correlação sugere que os polissacarídeos meningocócicos falham
em induzir células de memória capazes de iniciar rápida resposta imune, do que
decorreria proteção transitória pela vacina. Consideraram que, embora fosse
sabido que à malária aguda se segue inibição da resposta à vacina meningocócica
durante pelo menos 1 mês, era desconhecida a resposta imune de indivíduos
com parasitemia assintomática. Admitiram que essa resposta imune associada
à presença ou não de malária, teria relação com o genótipo da hemogloblina,
pois não ocorre entre os de genótipo AS. Quanto à baixa nutrição, parece não
se correlacionar mesmo com resposta de anticorpos humorais. Finalmente, a
respeito do padrão semelhante de comportamento imune familiar dentro de cada
família, os autores tenderam a aceitar mais a influência dos fatores ambientais
do que dos genéticos, com base em estudo de WHITTLE, 1980, em que a resposta
imune à vacina, entre familiares de pacientes com DM, não sofreu influência do
haplótipo de histocompatibilidade (HLA), ou do alótipo de hemoglobina.
GREENWOOD, WHITTLE & BRADLEY, 1980 , estudaram a duração do
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nível de anticorpos A e C, medidos por hemaglutinação, em aldeões nigerianos
vacinados e controles de habitações adjacentes. Verificaram que ambos os
sorogrupos vacinais induziram à boa resposta na primovacinação, mas que,
após 2 anos, não houve diferença entre os títulos dos controles e vacinados nos
menores de 15 anos, e que, entre os revacinados com sorogrupo A, a resposta foi
semelhante a dos primovacinados, porém a revacinação com sorogrupo C conduziu
à menor resposta. Determinaram também, através de radioimunoensaio, níveis de
anticorpos em “pools” de 5 a 10 amostras de soro de vacinados com sorogrupos A
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