Page 263 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
P. 263

ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                Em todos foram dosadas as imunoglobulinas A secretórias da saliva (IgA), não
                resultando diferença entre seus títulos nos três grupos.
                      Os autores comentaram que as IgA, aumentadas a partir de diversos

                estímulos antigênicos (viral, bacteriano e parasitário), podem também se reduzir
                por excesso de antígeno a fixá-las, levando a maior consumo que produção. Por
                outro lado, as IgA  antimeningocócicas específicas, quando presentes, parecem
                insuficientes para erradicar o estado de portador, tanto em vacinados, por aerosol

                ou via subcutânea, como em convalescentes de DM.
                                                                           203
                      GREENWOOD, HASSAN-KING & WHITTLE, 1978 , assinalaram durante
                epidemia no Zaire, Nigéria, em março/maio de 1977, a prevenção da DM sorogrupo
                A entre familiares de pacientes, através da vacinação. Observaram que, embora

                tenha sido efetiva em relação ao placebo, não representa uma medida de controle de
                epidemia nesses grupos, considerando que somente 10% dos casos ocorrem entre
                comunicantes familiares. Verificaram em 520 desses comunicantes vacinados com
                polissacáride A (no dia seguinte após o diagnóstico do caso índice) que somente

                1 apresentou provável DM; esta, porém, foi confirmada ou provável em 9 de 523
                comunicantes familiares que receberam toxoide tetânico. A vacinação não teve
                nenhum efeito, contudo, quanto à persistência ou aquisição do meningococo em
                nasofaringe entre os contatos familiares.

                      TAUNAY e col., 1978 , também em São Paulo, Brasil, estudaram a vacina
                                           212
                antimeningocócica  sorogrupo  C  -  1  dose  de  50µg  -  em 67.299  crianças  de  6  a
                36 meses, controladas por um grupo de 67.250, que receberam toxoide diftérico-
                tetânico, durante o período epidêmico de 12 a 22 de dezembro de 1972, sendo os

                grupos seguidos por 6 meses. Concluíram que apenas o grupo de 24 a 36 meses,
                vacinado com o polissacáride,  é que apresentou menor risco de aquisição de
                doença pelo sorogrupo C, com 9 casos de DM em comparação a 20 casos entre os
                que receberam o placebo. Já no grupo de 6 a 11 meses, essa relação foi de 5 para

                8 casos, e entre as crianças de 12 a 23 meses, foi de 17 para 17 casos.
                                                 202
                      GOTSCHLICH e col., 1978 , em ampla revisão, discutiram perspectivas de
                prevenção de meningites por vacinas polissacarídicas.
                      Em relação às vacinas antimeningocócicas A e C, consideram que “são uma

                realidade e têm sido extensivamente usadas durante epidemias importantes, com
                excelentes resultados” dando, como exemplo a do Brasil, onde foi imunizada a


                                                        261
   258   259   260   261   262   263   264   265   266   267   268