Page 262 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
P. 262

ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                                                 209
                      MULKS & PLAUT, 1978 , partindo do conhecimento recente de que
                diferentes grupos de bactéria, incluindo neisserias, produziam a enzima
                extracelular IgA-protease, que tem a imunoglobulina IgA humana como seu único

                substrato, pretenderam correlacionar com patogenicidade aquele achado. Para
                isso determinaram a atividade da IgA-protease em culturas de N. gonorrhoeae (56
                cepas), N. meningitidis (24 cepas, sendo 7 de sangue ou líquor e 17 da nasofaringe
                de portador) e outras neisserias consideradas não patogênicas procedentes de

                portadores - N. cinerea, N. flava, N. flavescens, N. lactamicus, N. perflava, N. sicca,
                N. subflava e N. catarrhalis (13 cepas). Verificaram que todas as cepas, com exceção
                das neisserias ditas não patogênicas, apresentaram atividade de IgA-protease.
                      Os autores comentam que a produção de enzima capaz de clivar

                imunoglobulina IgA, embora diferençando neisserias patogênicas de não
                patogênicas, não é em si uma característica de patogenicidade. Não está claro
                também se os anticorpos da subclasse IgA  ou IgA  estão envolvidos na aquisição
                                                           1       2
                do meningococo na faringe, ou na defesa contra a progressão à doença sistêmica.

                E, ainda é especulativa a atuação das IgA proteases sobre a função da IgA
                secretória, pois não estão definidos os níveis de atividade de anticorpos entre as
                duas subclasses.
                      ZOLLINGER e col., 1978 , experimentaram uma vacina constituída de
                                                 214
                membrana proteica externa de N. meningitidis tipo 2 do sorogrupo C, utilizando-a
                isoladamente e associada ao polissacáride do mesmo sorogrupo, em animais
                de laboratório - camundongos, nos quais mostrou proteção, e coelhos, nos
                quais induziu à produção de anticorpos bactericidas e hemaglutinantes, e em 5

                voluntários, em que foi bem tolerada e induziu à reação bactericida contra os
                sorogrupos C e B.
                      Os anticorpos produzidos, no entanto,  foram dirigidos contra os
                polissacarídeos capsulares e não contra os antígenos proteicos, desconhecendo-se,

                assim, o mecanismo da reação cruzada com o sorogrupo B, que tem em comum
                com o C o sorotipo 2 e não o polissacarídeo.
                                              213
                      VERONEZI e col., 1978 , em São Paulo, Brasil, aplicaram, em 9 recrutas,
                a vacina polissacarídica do meningococo A através da nebulização do antígeno

                por via nasal, em 3 doses de 50µg e a espaços de 1 semana e, em 8 indivíduos, a
                mesma vacina por via subcutânea, utilizando 10 controles sem vacinação alguma.


                                                        260
   257   258   259   260   261   262   263   264   265   266   267