Page 182 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
P. 182

POSFÁCIO



                  enfaticamente nossa posição em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS),
                  de cuja construção participamos desde os anos de estudante e do movimento
                  estudantil de medicina, na década de 1970. (...)

                       Lutamos muito para conquistar os artigos 167 a 172 da atual
                  Constituição do Estado do Paraná (1989) e os artigos 139 a 148 da Lei
                  Orgânica do Município de Londrina (1990). Mas, como veremos adiante, o
                  arcabouço jurídico-legal do sistema de saúde ficou estagnado em nossa realidade
                  local. Isso tem sido causa e consequência da estagnação dos atuais modelos de
                  gestão e de atenção à saúde no município. (...)

                       Já se disse que a história ajuda a entender a realidade e a prospectar
                  cenários futuros. Vamos lá: até 1968 a atenção à saúde da população
                  londrinense, particularmente a assistência médico-hospitalar e ambulatorial, foi
                  realizada por entidades beneficentes, com destaques para a Irmandade da Santa
                  Casa e para a Sociedade Evangélica Beneficente; pela iniciativa privada, com
                  destaque para os consultórios médicos e alguns pequenos hospitais particulares;
                  pelo Governo do Estado por meio do Centro de Saúde e pelo Governo
                  Federal, com serviços do Ministério da Saúde, como foi o caso do Sanatório de
                  Tuberculose Noel Nutels, onde hoje está instalado o Hospital Universitário, e
                  com serviços da Previdência Social, alguns próprios, como foi o caso do extinto
                  SAMDU (Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência) e a maioria
                  contratada ou conveniada com os extintos Institutos de Aposentadoria e Pensão,
                  depois INPS e INAMPS. A Prefeitura Municipal não possuía nenhum serviço
                  de assistência à saúde, não contratava profissionais, limitando-se a esporádicas
                  ações de cunho assistencial e a repasses de verbas para a Santa Casa, como forma
                  de contribuição pelo atendimento aos indigentes, ou seja, dos que não tinham
                  carteira assinada e, portanto, não possuíam a cobertura da Previdência Social.
                         Só a partir de 1969/70, com iniciativas ocorridas durante os dois
                  primeiros anos do mandato do ex-Prefeito Dalton Fonseca Paranaguá, é que a
                  Prefeitura Municipal passou a desenvolver um papel relevante na organização



                                                                              159
   177   178   179   180   181   182   183   184   185   186   187