Page 9 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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mais avançados em outros países. Já como secretário de saúde
do município de Londrina, promove a implantação de mais
doze unidades de APS, a qualificação da APS e a capacitação
da gestão pública, já apontando para o que viria a ser o sistema
municipal de saúde e o inevitável crescimento de tensões
e conflitos com as políticas estadual e nacional de saúde,
atrelados à hegemonia dos interesses financeiros e políticos do
modelo de atenção estruturado sob a lógica do mercado dos
procedimentos assistenciais especializados e hospitalares e do
quadro político-partidário.
Ao final dos anos 70 e início dos 80, as práticas e a
produção de conhecimento avançavam rumo às bases de
nova política municipal de saúde em nível nacional, em
torno da descentralização, da coordenação interinstitucional
na saúde, da articulação intersetorial e da participação da
comunidade, colocando Londrina ao lado de vários outros
municípios do país que iniciaram os encontros municipais e
o movimento municipal de saúde, que veio contribuir com
inusitada consistência no movimento da Reforma Sanitária,
nos simpósios nacionais de política de saúde na Câmara dos
Deputados Federais (1979 e 1982) e na VIII Conferência
Nacional de Saúde (1986), que lançaram as bases para a
formulação do SUS. Estes aspectos são apresentados e
analisados por Marcio com elevado conhecimento e lucidez nos
capítulos “O Trabalho. O Município Frente ao Setor Saúde”,
e “ O Trabalho. Desenvolvimento e Obstáculos”. Como parte
deste complexo processo, embrionavam graves questões que
perduram e relativizam conquistas constitucionais de 1988
e da Lei Orgânica da Saúde de 1990 no desenvolvimento do
SUS até os dias de hoje. A política de Estado que nos anos
70 assistiu a emergência dos planos privados de saúde, ainda
incipientes, passa a subsidiá-los com recursos federais de modo
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