Page 13 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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saúde, e com acesso facilitado, de modo estratificado, nos
serviços assistenciais especializados, aos 25% de afiliados,
assumindo o SUS, um papel complementar nesta faixa.
Este é o modelo de atenção à saúde preconizada claramente
pelo Banco Mundial ao Brasil, em seu Relatório de 1995, que é
a real política de Estado na saúde em nosso país. Cabe, por final,
nesta apresentação, reflexões sobre mais um desdobramento no
desenvolvimento do SUS, também não previsto, ao final dos
anos 70, por Marcio nem pelos demais pioneiros e formuladores
da reforma sanitária, que é o gerenciamento de estabelecimento
de saúde estatal por entidades privadas.
Nos países europeus e no Canadá com sistemas públicos de
saúde universais e de qualidade, os Estados, em diferentes épocas
e formas, passaram por reformas democráticas e gerenciais
na prestação de serviços nas áreas sociais, capacitando-se e
credibilizando-se perante as demandas sociais, e sob pressão
social, estendem a cobertura e qualidade dos serviços públicos
que contam com a escolha e utilização entre 85% e 90% da
população. Estes sistemas públicos efetivamente republicanos,
atrelados aos direitos sociais, com sua capacitação técnica e
política, articulam, em caráter excepcional, várias formas de
parceria com entidades privadas realmente sem fins lucrativos,
sempre que comprovadamente de interesse público na relação
custo-efetividade, incluindo formas de cogestão e participação
social.
Em nosso país o Estado, ao contrário, promove o
estrangulamento dos gestores descentralizados e dirigentes
dos estabelecimentos públicos, sufocando-os e compelindo-
os a escapismos como a simples abdicação da responsabilidade
gerencial, a favor do gerenciamento privado, o que foi
iniciado antes do SUS pelo Hospital São Paulo/UNIFESP
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