Page 287 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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e terciária (hospitalar) — com o saber acadêmico que poderá garantir o pleno
desenvolvimento da profissão. Uma vez que se desarticulem esses dois eixos
de formação, o prejuízo parece ser inevitável tanto no plano pessoal quanto
no plano da constituição de um sistema de saúde efetivamente democrático.
Por isso, os debates sobre a graduação em Medicina
merecem ser retomados em duas perspectivas: o ideal pedagógico e a
realidade política.
A perspectiva do ideal pedagógico funda-se na compreensão
responsável do que deveria ser a formação médica: saber que se prepara o
estudante para um entendimento amplo do que seja o processo saúde-
doença, como também para que ele tenha uma atuação técnica e
especializada nos serviços de saúde com práticas de trabalho e de atenção à
saúde individual e coletiva realista e integrada à realidade nacional. Em que
medida este ideal vem sendo um desafio enfrentado pelas escolas médicas?
A esse respeito é interessante observar o quanto uma
plataforma de ensino permite vislumbrar a efetivação do SUS num
determinado território, isto é, o oferecimento do serviço e a garantia de acesso
à população. O Programa Saúde da Família pode efetivamente constituir-se
em porta de entrada do sistema, por meio da atenção primária à saúde, que
deve buscar ser cada vez mais resolutiva, com a melhoria das Unidades
Básicas de Saúde, a expansão da disponibilização de equipamentos e a
melhoria do fornecimento de medicamentos?