Page 282 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
P. 282
261
)*
totalmente centrada na rede básica de saúde, uma vez que, como se trata de
um curso novo, em fase de implantação, procurou-se, de forma intencional,
uma adequação ao preconizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, como
uma tentativa legítima de reconhecimento legal do curso pelo MEC.
Na UFPR, o descompasso entre o currículo planejado e o
efetivamente executado é maior e tem uma dimensão de ajuste, uma vez que
o currículo vigente, que tem maior aproximação com as propostas das
Diretrizes Curriculares Nacionais, está sendo progressivamente revisto
através do processo de “ajustamento curricular”.
Este processo em curso tem sido mediado por uma leitura que
reforça o caráter disciplinar e fragmentado da organização do currículo,
descaracterizando de alguma forma a proposta original preconizada pelo
documento de orientação nacional de formação de médicos no Brasil.
Sem entrar nos méritos que geraram esse descompasso na
UFPR, seria o mesmo gerado pelos próprios mecanismos institucionais da
UFPR ou pela dimensão inexeqüível do projeto de reforma curricular aprovada
anteriormente? (Lampert, 2001).
Esse descompasso seria ocasionado por fatores individuais
dos ex-gestores do curso ou dos atuais? Ou foram e continuam sendo
resistências à reforma curricular apontadas pelos departamentos envolvidos
com o curso? Enfim, para além da constatação dos descompassos, vale a
pena caracterizar os sentidos de que eles se revestem no Curso de Medicina
da UFPR.