Page 92 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
P. 92
73
)*
Vamos ver se neste novo formato a gente consegue fazer com que
eles pelo menos mudem um pouco esse conceito que têm do módulo,
como sendo um módulo totalmente descartável no seu processo de
formação. (PUEL4)
O depoimento revela a inquietação do professor face à tensão
que se repete todos os anos: por um lado a intenção de aproximar o aluno da
realidade do SUS, inserindo-o mais cedo no cenário da prática de atenção
básica; por outro, a resistência dos estudantes que se reflete em uma
avaliação negativa.
As tentativas feitas pelos professores que assumiram a
responsabilidade de re-planejar e aprimorar os módulos, a partir dos “nós
críticos” apontados pelos estudantes nas avaliações, não têm obtido sucesso.
O que os estudantes seguidamente transmitem aos
professores é um sentimento de pouca confiança na seriedade dos módulos.
Um dos alunos contou no grupo focal: Ah, o PIN 1, isso aí é enrolação, diziam
para nós os colegas do segundo ano (EUEL3).
Parece que a dificuldade dos alunos na apreensão das metas
esta vinculada à descrença da Atenção Básica como prioridade na formação
médica, uma “seiva” no currículo, como dizem as professoras enfermeiras.
Percebe-se um grande investimento dos professores para que
os estudantes se apropriem de outros valores importantes na área da saúde e
apontados hoje, dentro da realidade de consolidação do SUS e das Diretrizes
Curriculares Nacionais, como ainda mais imprescindíveis para a boa formação
4
5—# $! !. /0