Page 200 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
P. 200

O estudante de medicina brasileiro em 2004, apresentava as seguintes
            características: é branco, solteiro, vem de família que ganha até dez salários
            mínimos, não recebe bolsa de estudos, não trabalha, mora com a família ou
            com os pais que têm como escolaridade mínima o ensino médio ou superior,
            lê  dois  livros  ao  ano  além  dos  escolares,  lê  jornais  ocasionalmente,  se
            mantém atualizado pela TV, tem conhecimento praticamente nulo de inglês
            e espanhol, utiliza a biblioteca com razoável frequência apesar de considerar
            o acervo da biblioteca sua principal fonte de pesquisa, estuda entre uma e
            cinco horas semanais, tem o cinema como sua principal atividade de lazer,
            tem acesso à internet, tem bom conhecimento de informática e utiliza o
            computador para trabalhos escolares e para entretenimento, e considera a
            formação profissional a principal contribuição do curso.

                 O  perfil  do  estudante  do  curso  de  medicina  da  UEL  se  assemelha
            bastante  ao  perfil  nacional  da  área,  tanto  dos  ingressantes  quanto  dos
            concluintes, apresentando algumas características diferenciadas. Em linhas
            gerais,  os  estudantes  da UEL  vêm de famílias  com  melhores  condições
            financeiras e com nível de formação mais elevado do que a média nacional
            da área. Os pontos positivos em que os estudantes da UEL se destacam são
            referentes ao número de horas dedicadas ao estudo (área dedica entre uma
            e cinco horas, UEL mais de 8 horas semanais); à utilização da biblioteca
            (área utiliza com razoável frequência,  UEL  muito  frequentemente);  e ao
            conhecimento da língua inglesa (área tem conhecimento praticamente nulo,
            UEL lê, escreve e fala razoavelmente).
                 Em relação à leitura de livros além dos escolares, a UEL se destacou
            tanto  positiva,  quanto  negativamente.  Este  foi  o  único  ponto  em  que  o
            resultado dos concluintes se diferenciou muito dos ingressantes. Enquanto
            a área lê no máximo dois livros ao ano, os ingressantes da UEL lêem entre
            dois e cinco, embora os concluintes não leiam nenhum.
                 A análise do perfil do estudante de medicina da UEL foi aprimorada na
            comparação com o perfil das demais escolas selecionadas para o estudo, mas
            aqui se pretendeu apenas situar o estudante da UEL em relação ao perfil
            da área de medicina em nível nacional para favorecer a interpretação dos
            resultados apresentados na sequência.



                                                                         187
   195   196   197   198   199   200   201   202   203   204   205