Page 232 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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percebendo  que  o  equívoco  inicial  já  trazia  consequências.  No  Curso  da
            UEL,  particularmente,  isso  foi sendo  sentido  pela comunidade  interna  à
            medida que as novas séries foram sendo implantadas e percebeu-se que as
            ações desenvolvidas não davam conta de sustentar todas as mudanças.
                 Utilizar novos cenários,  introduzir novas práticas,  voltadas para a
            atenção integral da saúde, integrar ensino e serviços vinculando a formação
            médica às necessidades sociais de saúde com ênfase no SUS, entre outras
            coisas, demandam muito mais do que a introdução de novas metodologias.
            A valorização  das  estratégias  de  ensino  acabou  por tirar a atenção  de
            questões tão importantes quanto na formação médica, além de passar uma
            falsa imagem sobre o que significava a mudança da educação médica que se
            encontrava em construção.
                 Nas palavras do coordenador  do Curso na gestão  2004-2006,
            confirmava-se a preocupação:

                      (...) o currículo atual do curso de medicina da UEL não é um “Currículo
                      PBL’,  como  se  disse  de  forma  equivocada  em  alguns  momentos,  e  que
                      muitas incompreensões causou no seio do movimento de educação médica
                      nacional, acarretando dissabores e conflitos entre professores e estudantes
                      do nosso curso com os de outras escolas. (COLEGIADO, 2005d:1)


                 Nesse sentido, houve um novo esforço da coordenação do Curso em
            conscientizar tanto a comunidade interna quanto a externa que o currículo
            integrado  era  muito  mais  que  um  “currículo  PBL”.  Deveria  significar  a
            integração dos conteúdos, saberes e habilidades; a integração entre ensino,
            serviços e comunidade; a integração entre ensino e trabalho; a integralidade
            no atendimento ao paciente; enfim, a superação do modelo hospitalocêntrico,
            centrado no professor e na doença.
                 No  caso  específico  da  UEL,  o  currículo  integrado  tem outras
            características importantes que se somam ao uso de metodologias ativas
            de ensino, tais como a interdisciplinaridade, a formação multiprofissional,
            o enfoque sobre os determinantes sociais das doenças, a aproximação com


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