Page 269 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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envolvidos. A avaliação de cursos apresenta-se como instrumento para o
           diagnóstico da situação e possibilidade de correção de rumos.
                Atualmente existem no Brasil 349 cursos de medicina com a oferta de
           45.896 vagas para ingressantes.
                No Brasil, há uma diversidade de processos avaliativos, o que muitas
           vezes torna a gestão dos cursos de Medicina mais trabalhosa. Porém, por
           outro lado, essa multiplicidade de avaliações oferece múltiplas oportunidades
           para mudanças.
                A avaliação  pode  ser  diagnóstica,  formativa  ou  somativa.  Essas
           modalidades não são excludentes. Por muito tempo se trabalhou um certo
           antagonismo entre a avaliação somativa e a formativa, como se devêssemos
           abandonar a somativa  para avançarmos  para a avaliação  formativa.
           Entendemos que não haja essa oposição e que se trate de uma falsa antinomia.
           A avaliação pode ser ao mesmo tempo somativa e formativa, o que talvez
           deva ser evitado é que ela se reduza à dimensão somativa, o que significaria
           perder a característica mais importante da avaliação que é o aprendizado
           que ela propicia e transformá-la em ato punitivo, desencadeador de estresse,
           medo e, principalmente, fracasso escolar. A avaliação formativa ocorre no
           processo  de aprendizagem e permite  a correção  de rumos, sendo  que a
           avaliação somativa, em geral, ocorre ao final de uma disciplina ou módulo.

                A avaliação pode ser regulatória ou emancipatória. Quando regulatória,
           ela se baseia em critérios mínimos de qualidade, estabelecidos pelo Estado.
           Ela  é  emancipatória  quando  permite  à  própria  IES,  seu  corpo  docente
           e  estudantes,  além  da gestão,  repensar  suas  práticas  pedagógicas,  seus
           objetivos e, a partir da avaliação, construir caminhos de desenvolvimento.

                Há sempre o risco de que a avaliação possa produzir ranqueamento,
           o que, uma vez tornado público, passa a ser utilizado como estratégia de
           marketing pelas instituições de educação superior.
                Por quê avaliar?
                Salientaremos aqui três motivos para que sejam avaliados os cursos de
           graduação. O primeiro deles é que a avaliação ao ter uma natureza formativa
           permite mudanças e redirecionamento dos processos de formação médica. O
           segundo é que ao se avaliar os cursos se está prestando contas à sociedade,

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