Page 273 - AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO MÉDICA
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todos os alunos das escolas, de todas as séries ou períodos, ao mesmo
tempo. Estudos comparativos do desempenho dos alunos são utilizados
tanto na gestão do curso, como há devolutiva individual ao estudante, que
pode redirecionar seus estudos frente aos resultados. Esse é um processo
claramente formativo e acontece ao longo de todo o curso.
A partir da Lei do Programa Mais Médicos tentou-se implantar no
Brasil a Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina – ANASEM.
Inspirada no Teste de Progresso, essa avaliação aconteceria no segundo,
quarto e sexto anos de formação do estudante de medicina. Houve a
aplicação de apenas uma prova, no ano de 2016, e a ideia foi deixada de lado
em função das dificuldades logísticas na sua elaboração e aplicação.
Comissão de Avaliação das Escolas da Área de Saúde (CAES)
Inicialmente Comissão de Avaliação das Escolas Médicas (CAEM),
depois renomeada para CAES em função de que o método poderia
ser utilizado para outros cursos da área da saúde, é um projeto ligado à
Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), que vem produzindo
transformação nas escolas médicas e publicações de seus resultados. Esses
resultados estão publicados desde 2016 no livro “Ensino da saúde: modelo
de avaliação CAES/ABEM na construção de mudanças”.
Conhecido como Método da Roda, trabalha com cinco dimensões:
a) projeto pedagógico; b) abordagem pedagógica; c) cenário da prática; d)
desenvolvimento docente; e, e) mundo do trabalho.
Essa avaliação gera a classificação das escolas em três tipos: a) situação
tradicional do modelo flexneriano; b) situação de inovação intermediária; e,
c) situação avançada, considerando as transformações, com vistas ao modelo
da integralidade e ao atendimento às Diretrizes Curriculares Nacionais.
Esse modelo de avaliação trabalha claramente com um tipo ideal de
escola médica colocada como avançada e se caracteriza pela ideia de processo
permanente de mudança. A escola é classificada em “situação de”, ou seja,
não “congela” a escola como tradicional, mas aponta intencionalmente o
sentido da mudança e opta pela integralidade e pelas Diretrizes Curriculares.
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