Page 112 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Discussão




                pela imunidade residual das populações condicionadas à epidemia anterior, ocorrem
                pequenos surtos anuais, correspondentes ao período das estações frias e secas 62, 42, 86 .
                      Todavia, como já comentamos, as taxas endêmicas verificadas no Município
                de Londrina foram subestimadas, haja vista as omissões e faltas claramente

                verificadas nos primeiros anos do período estudado, além dos índices de letalidade
                acima dos níveis esperados no mesmo período.
                      Por  outro lado,  desconhecemos  a proporção  de  casos  notificados com

                confirmação segura do diagnóstico etiológico. Pode ter sido incluído um número
                de casos eventualmente de etiologia não meningocócica, embora notificados como
                tal, com o agravante de que, em fase endêmica, a proporção de meningites por
                meningococo costuma ser bem menor que durante epidemias. Contudo, dados
                oficiais relatados por BASTIN & col.  de Paris e Sena, no período de 1962 a 1964,
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                revelam que, dos 421 casos então notificados como meningite cerebroespinhal por
                meningococo, 245 (58,2%) não tiveram confirmação bacteriológica do diagnóstico.
                Relatam também que, em seu serviço (Hospital Claude-Bernard, Paris), um terço

                das meningites meningocócicas - assim diagnosticadas -, porém com exames
                microbiológicos negativos, o diagnóstico se baseou em dados epidemiológicos e,
                sobretudo, clínicos (de evolução e resposta terapêutica rapidamente favorável).
                Admitem, porém, que esta atitude possa ser, às vezes, causa de erro diagnóstico.
                      Mesmo na  fase epidêmica em Londrina, a rigor paira certo grau de

                incerteza com relação à precisão das notificações da DM no Município, visto que,
                embora a fiscalização das ocorrências tenha sido acurada, foi irregular quanto
                ao controle dos exames de confirmação diagnóstica. Infelizmente, também

                encontramos esse tipo de crítica em outras regiões menos ou mais desenvolvidas.
                É o que refere THOMSON  com respeito às suas pesquisas do Norte da África,
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                onde as “notificações dos casos e óbitos frequentemente não são precisas”,
                enquanto SERRE-BOISSEAU , na Europa, lamenta o fato de não existir ali uma
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                homogeneidade no sistema de registros das doenças uma vez que, em alguns

                países, “confunde-se sob denominação única as meningites meningocócicas e de
                outras etiologias”.
                      No entanto, convém lembrar que, durante epidemias, tem sido observada

                proporção muito elevada de meningites pelo meningococo utilizando-se métodos
                seguros de diagnóstico. Assim, na casuística de WHILE apud , pudemos verificar
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