Page 129 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Discussão




                      Alguns trabalhos têm chamado atenção à ocorrência maior da meningite
                meningocócica e por outras bactérias  em grupos raciais que, coincidentemente,
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                correspondem aos extratos socioeconômicos mais baixos da população, como entre

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                os negros dos estados do Tennessee  e Maryland  e nativos da Nova Zelândia .
                      Em relação aos nipônicos do Município de Londrina, acreditamos que a baixa
                ocorrência da doença entre eles esteja também ligada ao aspecto socioeconômico e
                cultural aqui se incluindo o alimentar. Supomos que esses padrões entre os mesmos

                sejam mais elevados de que na população geral. Evidentemente, a confirmação de
                nossa hipótese implicaria a realização de pesquisa social com relação à colônia
                nipônica do Município, o que não nos foi possível realizar; por outro lado, não há
                dados oficiais disponíveis capazes de fornecer qualquer informação direta nesse

                sentido.


                      Procedência dos casos notificados
                      Com relação ao local de origem dos casos notificados durante a epidemia, a

                maioria residia em zonas urbanas do Município de Londrina – Figura 10 (e Tabela 5).
                      No Município de São Paulo, em períodos endêmicos de 1938 - 1944 e 1952 -
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                1958, assim como na epidemia de 1945 - 1951, SCHMID & GALVÃO  observaram
                maior morbidade na zona rural. Achado semelhante foi observado por RUYS
                apud  na epidemia de 1946 - 1947 da Holanda. Estudo realizado por FLOYD
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                e cols.  no Tennessee, Estados Unidos, mostrou que em 156 casos endêmicos
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                de meningite meningocócica a incidência foi significativamente maior na zona
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                urbana. HEDRICH  observou durante as epidemias de 1935 - 1937 e 1941 - 1942,
                na cidade de Baltimore, no mesmo país, relação direta entre a morbidade por
                DM e a densidade demográfica, assim como baixas taxas nas áreas rurais. Não
                há dados referentes à recente epidemia de São Paulo, relativos à procedência dos
                casos.
                      Associação  entre  maior  concentração  de pessoas  e maior número  de

                casos da DM é a explicação para a eclosão de surtos em ambientes de vivência
                coletiva, como quartéis, repetidamente referida na literatura existente; condição
                que é também, geralmente, habitual na zona urbana. Mas acreditamos que essa

                associação se dê diretamente com a concentração de pessoas na habitação, e não
                obrigatoriamente com a densidade demográfica.


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