Page 132 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Discussão




                inconclusivos. Em primeiro lugar, não sabemos até que ponto os casos não
                localizados (endereços ignorados ou incompletos) poderiam modificar a morbidade
                por distrito;  também desconhecemos a intensidade de comunicação realmente
                existente  entre a Sede e determinados  distritos,  embora  tivéssemos partido do

                pressuposto inicial de que, quanto mais próximos, maior a comunicação; além
                disso, podem existir em algum(s) distrito(s) fatores locais (diversidade de nível
                socioeconômico, de saúde, etc.), que não são conhecidos através de dados oficiais,

                capazes de favorecer a transmissibilidade e instalação da moléstia.
                      Acerca da progressão das epidemias pelo meningococo, a maioria dos
                autores comenta sobre a dificuldade de se encontrar os elos quanto à distribuição
                dos casos. CARVALHO  retratou-a muito claramente, após tentar estabelecer
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                a cadeia epidemiológica da doença, no Paraná, durante o surto de 1945 - 1949,

                findando por concluir: ...”com seu modo peculiar de disseminação, irregular no
                tempo  e  no  espaço,  se  irradiou  a  meningocócia  de  modo  lento  e  progressivo,
                incerto e caprichoso, atingindo sob a forma de pequenas epidemias ou de casos

                esporádicos 38 Municípios do Estado, poupando uns que, pela proximidade de
                grandes focos epidêmicos tudo indicava devessem ser atingidos, preferindo outros
                sem nenhuma relação com os primeiros e que tudo faria prever devessem ser
                poupados”.


                      Procedência dos casos conforme o sexo

                      No estudo relativo à procedência dos casos de DM e sexo, o predomínio
                do sexo masculino observado para o Município (51,7%) seria consequência do
                predomínio ocorrido na zona urbana, uma vez que na rural não houve diferenças

                de freqüência entre os sexos, em dados proporcionais (Tabela 12), o que, para
                nós, fica sem explicação. Infelizmente não contamos com a população por sexo (e
                grupo etário ou raça) por região e nossos cálculos se basearam na suposição de que
                a distribuição fosse equivalente em ambas as áreas. Não sabemos com segurança

                se o homem rural emigra mais que a mulher do campo, ou se o contingente de
                casos de procedência ignorada teria modificado o resultado encontrado. FLOYDS
                & cols. , no Tennessee, Estados Unidos, em estudo retrospectivo do período
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                endêmico de 1963 - 1971, não encontraram diferença entre os sexos nas regiões

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                urbana ou rural. Já na área de Alto Volta, conforme os achados de GENDRON ,

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