Page 131 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL

Discussão

doença é compreensível que, nas cidades, as pessoas de condições socioeconômicas
inferiores sejam ainda pior alimentadas que seus correspondentes rurícolas os
quais, com maior frequência, podem ter acesso aos produtos cultivados. Além

disso, a maior densidade urbana possibilitando oportunidades mais frequentes
de contato entre suscetíveis e portadores e/ou doentes, é responsável pela maior
probabilidade de aquisição do meningococo disseminado.

Morbidade por distrito e conforme sua distância da sede do Município

No que se refere à morbidade da DM por distrito do Município, as maiores
taxas ocorreram nos distritos rurais (Tabela 6), respectivamente Tamarana,
Paiquerê e Warta, com níveis superiores a 85 casos por 100.000 habitantes. No
entanto, o conjunto desses distritos apresentou coeficiente mais baixo - 64,40

casos por 100.000 habitantes - que os observados no distrito Sede - 86,42, e em
todo o Município - 84,79.
Lamentavelmente não contamos com dados que permitam discutir as

variações acentuadas de morbidade verificadas de um para outro distrito rural.
Seriam explicação plausível os diferentes movimentos de pessoas dos diversos
distritos rurais para a cidade de Londrina ou em sentido inverso; neste caso, “boias-
frias”, por exemplo, favelados da sede urbana em grande parte e trabalhando em
zonas rurais dos distritos poderiam ter um papel importante na veiculação e

disseminação do meningococo no meio rural, conforme hipótese aventada pelo
Dr. José Carlos Aoki, médico-residente do Hospital Universitário de Londrina.
Infelizmente, a irregularidade em que ainda se encontra aquela profissão não nos

leva a qualquer fonte confiável de dados relativos à mesma, tais como número de
empregados, endereço, etc., que poderiam trazer alguma contribuição. Também
não há informações oficiais sobre mobilidade e populações no Município.
A alta taxa registrada no distrito Sede decorre sem dúvida do predomínio da
morbidade na sua zona urbana cujo contigente é muito maior do que a parcela

rural.
A ausência de relação entre níveis de morbidade nos distritos e sua distância
da sede urbana do Município afasta, à primeira vista, a ideia de que a cidade de

Londrina teria sido o foco irradiador da epidemia de DM (Tabela 6). No entanto,
há alguns aspectos não elucidados que, a nosso ver, tornam esses resultados

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