Page 135 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Discussão
Dados anteriores, dos anos de 1930 a 1944, relativos às cidades do Rio de
Janeiro, Niterói, Recife e São Paulo mostraram taxas inferiores e variáveis entre
zero a 2,16 por 100.000 habitantes; em Belo Horizonte, porém, chegou a 5,17
por 100.000 habitantes com taxa média de 1,33 por 100.000 habitantes; em todo
Estado do Paraná, quase no mesmo período - 1930 - 1943, a média de óbitos foi de
1,21 por ano 78, 23 . Já o Município de São Paulo, entre 1952 a 1958, apresentou um
coeficiente médio de mortalidade de 0,72 por 100.000 habitantes 78, 23 .
No período epidêmico, a mortalidade geral por DM no Município de Londrina
(Tabela 16) - de 14,01 óbitos por 100.000 habitantes - foi mais de seis vezes maior
que a verificada na epidemia de 1945 - 1951 do Município de São Paulo e além
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de dez vezes a observada no Estado do Paraná durante o surto de 1945 - 1949 .
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Lamentavelmente, não dispomos de dados relativos a mais recente epidemia do
Município de São Paulo.
As taxas verificadas no Município de Londrina, que nos parecem bastante
expressivas, tornaram-se relativamente discretas quando comparadas às
observadas na epidemia do Chile onde, em 1942, a cifra alcançada foi de 42,5
óbitos por 100.000 habitantes.
No entanto, de maneira geral, a medida dos óbitos não é apresentada através
de coeficientes de mortalidade em inúmeros trabalhos verificados sobre o assunto
(nacionais e estrangeiros), o que dificulta a avaliação das consequências da
moléstia em termos populacionais e para comparação.
Letalidade geral em período não epidêmico e epidêmico
Em relação ao índice de letalidade geral por DM no Município de Londrina,
a taxa média verificada - de 44,3%, correspondente aos anos endêmicos de 1969
- 1972 (Tabela 15), mostra-se incompatível com a realidade terapêutica de então,
após o advento das sulfas e antibióticos; estes medicamentos reduziram-na a um
nível médio em torno de 10%, com oscilações amplas, porém de cerca de 5 a
20%, segundo várias estatísticas dos últimos anos 67, 68, 64 . Contudo, nos extremos
de idade e na forma de meningococcemia as proporções de óbito podem chegar a
aproximadamente 70%, mesmo dentro de bons padrões terapêuticos 68, 75 .
Antes da soroterapia, JUNQUEIRA numa experiência com 18 casos refere
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a letalidade de 83,2%, caindo essa taxa após o uso do soro específico abaixo de
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