Page 138 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Discussão
pacientes do sorogrupo C. Esses dados nos permitem supor que o sorogrupo C
teria predominado em Londrina, no ano de 1975, mas não nos permite dizer que
tenha sido mais virulento.
Evolução cronológica da mortalidade e letalidade em período não
epidêmico e epidêmico
Em relação à evolução cronológica mensal da mortalidade verificamos que
no Município de Londrina na fase endêmica da DM, o índice não apresentou
relação com os meses mais frios e, ao contrário, no total do período, os picos
corresponderam aos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro,
geralmente os mais quentes do ano (Tabelas 17); a distribuição mensal dos óbitos
foi mais ou menos regular e não houve predomínio por semestre, de maneira
geral. Comparando a curva de mortalidade com a curva de morbidade nesse
período, muitas vezes a primeira tendeu a acompanhar a segunda - Figura 3;
este comportamento pode nem sempre ter ocorrido pela imprecisão dos dados
de morbidade nessa fase, o que é notoriamente observado nos primeiros anos.
Parece ter havido alguma tendência das maiores variações de temperatura
acompanharem ou precederem as elevações da mortalidade - Figura 3.
ASSUMPÇÃO estudando a distribuição mensal da DM na Cidade de São
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Paulo (período de 1921 a 1928), concluiu que a mortalidade foi maior nos meses
frios quando, segundo o autor, há maior gravidade da doença, como já fora referido
anteriormente, com o que não concordaram nossas observações. Não contamos
com outros dados sobre mortalidade endêmica por DM no Brasil relacionados à
sua distribuição mensal, para outras comparações.
Quanto à letalidade no período endêmico, a grande variação mensal desse
índice pela notificação irregular não permitindo seu cálculo durante anos ou meses
do período - Figura 3 (e Tabela 17) impediu a análise da distribuição cronológica.
Os índices de mortalidade durante a fase epidêmica apresentaram variações
semelhantes às taxas de morbidade, de uma maneira geral sendo, portanto,
mais elevados nos meses frios e não obrigatoriamente naqueles de mais baixas
temperaturas - Figura 4. Observamos também que em geral as variações de
temperatura mensal se acompanharam ou se seguiram de elevações da mortalidade
- Figura 4.
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