Page 134 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Discussão




                através dos casos notificados. Estes, por sua vez, não refletem a realidade haja
                vista as altas taxas de letalidade verificadas. (Apenas compatíveis com a fase da
                terapêutica com soro antimeningocócico, do início do século.) No entanto, essas

                discrepâncias diminuem sensivelmente nos anos epidêmicos de 1973 - 1975, de
                maior controle sanitário, nos quais foram muito aproximados os números de
                óbitos verificados a partir das duas fontes consideradas - notificações e atestados
                (respectivamente 114 e 117 óbitos) - e, portanto, também os coeficientes deles
                derivados (Tabela 2).

                      Algumas falhas com relação a esse aspecto foram descritas para o distrito
                de São Paulo, como refere IVERSSON  com base na pesquisa de LAURENTI.
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                Este autor, através de levantamento comparativo de óbitos por DM verificados em
                prontuários médico-hospitalares e atestados em cartório observou que o número
                de óbitos hospitalares foi maior (72 casos) que o de óbitos atestados (57 casos).
                Ali também, no mesmo período, o número de óbitos notificado ao Serviço de

                Epidemiologia  foi ainda mais baixo  (49 casos) que aquele obtido em cartório,
                “revelando uma deficiência no preenchimento do atestado de óbitos”.
                      Diga-se também, de passagem, que até 1972 o Departamento de Estatística
                do Estado de São Paulo registrava os óbitos pelo local de sua ocorrência, omitindo

                o local de procedência do paciente; por esta razão não puderam ser calculados os
                índices de mortalidade por DM relativos a mais recente epidemia por essa doença
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                no Município de São Paulo .

                      Mortalidade geral  no período não epidêmico e epidêmico
                      A taxa de mortalidade geral por DM observada no período não epidêmico
                para o Município de Londrina (Tabela 15) - de 4,4 por 100.000 habitantes - foi

                mais de dez vezes maior que a determinada para o Município de São Paulo, no
                ano endêmico de 1969, de 0,4 por 100.000 habitantes , sendo a média de óbitos do
                                                                      k
                período de cerca de dez casos por ano.








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                k. Coeficiente obtido com base na referência de MORAIS e cols.  pela qual em 1969 ocorreram 22 óbitos por DM
                no Município de São Paulo, que relacionamos à sua população no ano censitário de 1970 (5.931.595 habitantes)
                - IBGE.


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