Page 141 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Discussão
morbidade foi também a mais elevada, seguindo-se Paiquerê e Warta, da mesma
forma que a morbidade. Essa concordância fala a favor da segurança dos dados -
casos notificados e óbitos atestados - de duas fontes diversas. Apenas o distrito de
Guaravera apresentou uma alta morbidade com mortalidade relativamente baixa,
o que poderia, eventualmente, estar relacionado a melhores condições locais
de assistência levando à diminuição proporcional dos óbitos, sobre o que não
dispomos de dados concretos para confirmar essa hipótese.
A letalidade foi elevada na maioria dos distritos, sem se relacionar com o
tamanho das populações (Quadro 2) - Irerê, Tamarana, Warta e Paiquerê; chegou
a um máximo de 22% em Irerê e ao mínimo de 10,0% no distrito de Guaravera.
Tendeu a acompanhar as variações da mortalidade.
Lamentavelmente não contamos com dados de natureza socioeconômica
relativos às diversas regiões distritais capazes de explicar as diferenças de
comportamento quanto à frequência de óbitos naquelas áreas. Também nada
sabemos acerca de condutas médicas, eventualmente diversas, nos vários distritos.
O predomínio da mortalidade no conjunto dos distritos rurais em relação
ao distrito Sede embora tenham tido morbidade mais baixa explica-se pelas
maiores taxas de letalidade no conjunto associáveis a provável maior deficiência
da assistência médica nos distritos rurais.
A hipótese de que as variações de distância dos distritos à sede urbana do
Município, local de convergência dos casos de DM, pudessem explicar as variações
de mortalidade e letalidade por distrito rural, aparentemente não se confirmou.
Verificamos (Tabela 6) que não houve associação entre a localização dos distritos
mais, ou menos, próximos da cidade de Londrina, e os coeficientes de mortalidade
e letalidade, respectivamente mais baixos ou mais elevados. No entanto, nem
sempre as dificuldades de acesso aos locais de atendimento decorrem apenas do
fator distância; nas zonas rurais dos distritos este pode ser agravado para seus
moradores, por exemplo, pela falta de condução própria ou disponível, e em dias
de chuva pelas condições das estradas colaterais que, quando não asfaltadas, se
tornam intransitáveis por veículos, por conta do “barro vermelho”. Assim sendo,
apesar do fator distância ter nos parecido o mais provável a influenciar sobre o
retardo no atendimento médico e o único que pudemos quantificar, acreditamos
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