Page 148 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Discussão




                período endêmico estudado apenas dois casos foram notificados em japoneses; no
                entanto, desconhecemos a qualidade dessas notificações, pois não conseguimos

                localizá-los.
                      Pudemos também observar que entre os casos da amostra a proporção
                de notificações como DM correspondentes a meningites linfomonocitárias foi

                significativamente mais alta no grupo dos nipônicos. Admitimos que, entre estes,
                a menor proporção de meningites purulentas esteja ligada à maior resistência às
                doenças bacterianas de uma população mais bem nutrida e vivendo, em geral, em
                melhores condições de habitação.
                       No entanto, ignoramos as causas das notificações improcedentes quanto

                aos pacientes de origem japonesa, todos eles atendidos em hospitais particulares.
                É possível que a conhecida diferença de atendimento entre pacientes pagantes e
                não pagantes seja responsável pelo excessivo “cuidado” em relação aos primeiros,

                explicando a hipótese inicial de meningite meningocócica e as condutas resultantes.
                Entre estas, a decorrente notificação ao distrito Sanitário a qual, ao que parece,
                não sofreu a necessária correção posterior.






                      4.4 COMPARAÇÃO ENTRE TAXAS DE LETALIDADE POR DM
                      ATRAVÉS DE DIFERENTES FONTES DE REGISTRO DE ÓBITOS

                      No Município de Londrina não houve diferença significativa entre os óbitos
                atestados  e os notificados  (Tabela  29); no entanto, pelos dados amostrais, a

                proporção de óbitos hospitalares foi bem mais elevada. Para aceitarmos como
                real a letalidade obtida pelos dados amostrais (27%) teríamos que admitir como
                não verdadeiras as taxas determinadas através dos atestados de óbitos (16,5%)
                e notificações (16,1%), que se equivaleram. Para admitirmos como falso o
                coeficiente obtido a partir da amostra, teríamos que rejeitar a amostra em relação

                a essa variável (amostra esta calculada com intervalo de confiança de 90% quanto
                à proporção de notificações corretas).
                      Poderíamos justificar o achado, como em são Paulo, “por um deficiente

                preenchimento dos atestados de óbito” e, no caso, também das notificações,




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