Page 236 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                de 55 amostras, encontraram concentrações limítrofes, ou ligeiramente baixas,
                em apenas 9, de forma que seus resultados não fundamentam a hipótese, aventada

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                por HOBBS , de DM grave associada à deficiência de IgM. Acreditam, assim, que
                meningococcemias, apenas em sua minoria, cursariam com defeitos familiares de
                IgM.

                      ARTENSTEIN e col., 1970 , estudaram a vacina C em 13.763 recrutas
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                americanos comparados a 68.072 não vacinados com o polissacáride, dos quais
                14.477 receberam toxoide tetânico e vacina antiinfluenza e 39.832 não foram
                vacinados. Resultando 1 caso de DM entre os que receberam polissacáride C e
                38 em não vacinados, foi considerada diferença significante, equivalendo a um

                nível de proteção de 87%. Durante as 8 semanas de treinamento, a pesquisa de
                portadores feita a cada 2 semanas, mostrou, em geral, redução dos portadores do
                sorogrupo C de 2 a 3 vezes entre a maioria dos vacinados com o mesmo sorogrupo,

                embora em algumas companhias ocorresse o contrário, mas não diminuiu a taxa
                de portadores de todos os sorogrupos. Comentam os autores que, para os vacinados
                que não se tornaram portadores, ou deixaram de ser, a vacina específica indicaria
                desenvolvimento de proteção local, em nível de trato respiratório, enquanto para
                os que continuaram, ou se tornaram portadores, possibilitaria um reforço ao

                estímulo imunitário. Consideraram que há especificidade de grupo da vacina, pois
                permitiu a aquisição de outros sorogrupos. Admitem, ainda, que o impedimento,
                pela imunização, do estado de portador grupo específico, venha acondicionar o
                aumento do sorogrupo B na população.

                      ARTENSTEIN & GOLD, 1970 , em trabalho de revisão, discutem aspectos
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                relativos à prevenção da DM com a vacina polissacarídica.
                      Admitem, para ocorrência de surto de DM, a necessidade de: suscetíveis, isto
                é, indivíduos sem anticorpos bactericidas, elevado grau de transmissão do agente

                de pessoa a pessoa e sorogrupos virulentos.  Mas, comentam que, apesar de os casos
                de DM, entre militares, se relacionarem a aquisições recentes de meningococo,
                não se tem conseguido explicar os surtos, eventuais entre os mesmos, uma vez que

                a transmissão tipo aerosol é rara (gotículas de saliva são, em geral, maiores que
                10µg e não permanecem no ar por muito tempo) e dependeria de curtas distâncias.
                Porém, neste sentido, acrescentam, também não se conseguiu relacionar DM com




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