Page 238 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
Os autores concluem que, durante uma epidemia em um campo de
treinamento, a atuação da vacina pode ser limitada e retardada (até os anticorpos
se desenvolverem) e que, enquanto previne a aquisição do meningococo, a
quimioprofilaxia elimina o estado de portador. Além disso, sendo grupo específica,
devem ser avaliadas as consequências ecológicas do seu uso continuado em um
ambiente. Considerando, também, que os anticorpos desenvolvidos pelos recrutas
à infecção natural aparentemente protegem por longo tempo, seria importante
saber se proteção comparável, em grau e duração, é determinada pela vacina.
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SANDERS & DEAL, 1970 , considerando que, em qualquer idade, há uma
proporção de indivíduos desprovida de anticorpos antimeningocócicos - 20% entre
os adultos - sendo, no entanto, muito menor o número daqueles que adquirem a
doença uma vez expostos, admitiram que “a ausência de anticorpos não é o único
determinante de suscetibilidade à doença”. Citaram possíveis fatores individuais
predisponentes, como alterações anatômicas, deficiência de imunoglobulina
secretora, infecção viral precedente ou concomitante. E admitiram lacunas nos
conhecimentos epidemiológicos do assunto, pela falta de estudos longitudinais:
do meningococo em períodos endêmicos e interepidêmicos, de famílias com casos
esporádicos de doença, ou de populações civis, sob variáveis graus de risco. Daí, a
concluírem que a avaliação precisa do risco de pessoas à doença só será possível
mediante todas essas informações.
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FINLAND, 1970 , considerou também, quanto a eventuais problemas
relativos à vacina antimeningocócica, a possibilidade de aparecimento de
outras cepas nos vacinados pela heterogenicidade entre os sorogrupos A, B e C,
à semelhança do que se observou em mineiros da África do Sul com a vacina
polissacarídica antipneumocócica, os quais, após a imunização com sorotipo
prevalente de pneumococo, sofreram um novo surto por outro sorotipo.
LAPEYSSONIE, 1970 , todavia, acreditava na vacina antimeningocócica
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como a primeira, e talvez a única, arma profilática da meningite por ocasião de
surtos. Para avaliar sua atuação, preconizou sua aplicação em região epidêmica
e durante o período do surto, a fim de que os resultados fossem estatisticamente
exploráveis. No planejamento de uma campanha, estabeleceu os seguintes
princípios: 1- definir uma situação epidêmica; 2- aplicar a vacina na curva
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