Page 237 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                outras doenças respiratórias, nem demonstrar associação entre densidade de
                população em barracas e número de portadores.

                      Consideram, ainda, as dificuldades da quimioprofilaxia, tais como resistência
                de 60 a 70% das cepas do sorogrupo B e 90% do sorogrupo C à sulfa após 20
                anos de uso entre militares, ocorrências numerosas de meningite após profilaxia

                com penicilina oral ou benzatina e eficácia atual da rifampcina, mas com a
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                possibilidade de mutação bacteriana e resistência na ordem de 1/10 a 1/10  cepas.
                A isso os autores contrapõem as boas perspectivas da vacina polissacarídica que
                consideram altamente imunogênica, tendo levado à soroconversão de 80 a95%
                nas doses de 10 a 50µg respectivamente, e capaz de reduzir, em 50%, novos

                portadores de sorogrupo C nas 8 semanas de treinamento de recrutas vacinados
                especificamente.
                      Mas, acrescentam, porquanto o aparecimento de DM por sorogrupo C, em

                recrutas americanos, tenha sido de 0,07/1.000 em vacinados e de 0,7/1.000 em
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                controles, durante o período de treinamento , e a vacina do sorogrupo A pareça
                ser imunogênica, faltam estudos relativos ao sorogrupo B, sendo de interesse uma
                vacina trivalente.
                      DEVINE e col., 1970 , administraram polissacáride C em voluntários,
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                marinheiros de San Diego, Califórnia, Estados Unidos, objetivando determinar
                o  efeito  da  vacina  na  propagação  do  meningococo.  A  vacina  foi  aplicada  em
                3.018 recrutas, e 5 culturas de nasofaringe se efetuaram em cada um; a primeira

                precedeu a vacinação, a segunda cultura foi feita 14 a 21 dias após a vacinação, e
                as três seguintes, 9, 50 e 41 dias depois da segunda. Verificaram que os vacinados
                apresentaram menor taxa de portador de meningococo C somente a partir da
                terceira cultura, e que não mostraram diferenças quanto aos controles na taxa de
                aquisição de outros sorogrupos, demonstrando sua especificidade; por ocasião da

                terceira cultura a taxa de portador era de 7,9%, entre 732 vacinados, e de 24,0%,
                entre 764 controles. De 116 vacinados, submetidos a estudo imunológico, durante
                2 a 3 semanas após a vacinação, houve 97% de viragem sorológica medida por

                anticorpos hemaglutinantes, mas ausência de resposta de anticorpos fixadores de
                complemento. Ocorreram 3 casos de DM entre 3.000 controles, e nenhum entre
                número aproximado de vacinados.




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