Page 43 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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INTRODUÇÃO




                      Até 1975 foram notificados 708 casos de DM, o que equivaleu à frequência
                média, no período, de 84,79 casos/100.000 habitantes, índice acima dos observados

                em quaisquer cidades brasileiras atingidas  143, 254 , sendo o pico, de 132,94/100.000,
                correspondente ao ano de 1974. A morbidade, na zona urbana, foi de 82,72
                casos/100.000 e, na zona rural, de 68,31/100.000.

                      Incluiu-se também estudo da confiabilidade das notificações de casos
                e óbitos por DM no Município utilizando-se, entre outros dados, os resultados
                obtidos da revisão dos prontuários dos pacientes, correspondentes a amostra
                aleatória de casos notificados naquele período. Verificaram-se como notificações
                falso-positivas cerca de 20%. Não foi possível avaliar a proporção de casos da

                doença que deixaram de ser notificados e sobreviveram.
                      Nessa epidemia, entre outros aspectos, distinguiram-se a acentuada
                frequência da doença entre menores de 4 anos, principalmente abaixo de 1 ano,

                com cerca de 80% dos casos até os 14 anos, e a ocorrência maior de casos nos
                segundos semestres dos anos epidêmicos, mais frios, sugerindo também aumento
                da morbidade em presença de variações bruscas de temperatura. Verificou-se,
                ainda, que a doença poupou sobremaneira a população de origem nipônica na
                qual foi, significantemente, muito menos frequente.

                      Durante a epidemia foram efetuadas duas campanhas de imunização com a
                vacina antimeningocócica polissacarídica bivalente - A + C - que atingiram, de cada
                vez, mais de 80% da população do Município, tendo sido excluídos os menores de
                3 meses de idade. No entanto, pareceu que a primeira vacinação teria sido aplicada

                já na fase descendente da curva da epidemia; mesmo assim, os índices mensais
                de morbidade, tanto após a primeira quanto a segunda campanha, várias vezes
                superaram a incidência mensal correspondente ao período anterior à primeira
                vacinação.

                      Diante das  várias questões levantadas  a partir de nossas observações, ou
                mais amplas, pertinentes ao tema geral, o seu aprofundamento, na tentativa de
                melhor explicá-las, é a razão do presente estudo.











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