Page 39 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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INTRODUÇÃO




                      Da epidemiologia

                      Do ponto de vista epidemiológico, a DM é cosmopolita. Apresenta-se
                endemicamente com variável frequência e pode ocorrer sob forma de surtos cuja
                importância vai desde o aumento de casos em comunidades fechadas a grandes

                epidemias e até pandemias .
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                      A letalidade das meningites meningocócicas, a partir da era dos antibióticos,
                varia entre 5 a 15%, sendo muito mais elevada nas formas de meningoccemia.
                      O homem é o único hospedeiro natural da N. meningitidis, que pode ser
                encontrada, com certa frequência, na faringe de indivíduos sãos - os portadores -

                garantindo, deste modo principalmente, a imunidade natural. Esta, que aumenta
                progressivamente com a idade, está associada não só ao estado de portador, mas
                também a reações cruzadas com diversas espécies de bactérias possuidoras de

                antígenos capsulares e subcapsulares semelhantes ou idênticos aos de alguns
                sorogrupos de meningococo    163, 179, 204 . Imunidade sorogrupo específica determinada
                pela doença, geralmente ocorre.
                      Sobre a cadeia epidemiológica da DM epidêmica pouco está definido até o
                momento. Diferentes condições, porém, têm sido implicadas, às vezes de forma

                contraditória, na eclosão dos surtos da doença.
                      Têm-se observado menor frequência da moléstia nos climas temperados ,
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                nos quais as maiores epidemias registradas estão muito aquém, em números

                relativos e absolutos, das verificadas em vários países africanos 54, 68 , ou da América
                do Sul 19, 143, 188 . Por outro lado, a doença predomina, nas diversas regiões, nos meses
                frios 24, 35, 40, 55, 83, 122, 143, 232 , embora nem sempre nos mais frios, o que se costuma
                explicar pela tendência à maior aglomeração domiciliar nesse período. Contudo,
                já foi associado o calor, entre outros fatores, com epidemia da moléstia . Há
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                discordâncias entre a hipótese relacionada ao papel facilitador da umidade do ar
                atmosférico, alta ou baixa 8, 40, 54 , mas muito pouco investigado acerca disso 34, 83 . Com
                relação à pluviosidade, parece que não influenciaria diretamente a ocorrência da

                doença  28, 34 , embora haja observações quanto ao declínio de epidemias no retorno
                da estação das chuvas .
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                      Admite-se, repetidas vezes, o predomínio da DM epidêmica nas regiões
                de maior densidade  demográfica ou domiciliar       34, 74 . No entanto, a maioria




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