Page 57 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA  ·  CAPÍTULO I - Fatores climáticos e doença meningocócica




                      Todavia, em que pesem as numerosas considerações da literatura acerca do
                aumento de casos de DM coincidente com meses frios do ano, como nós também

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                nos referíramos em trabalho anterior com base em grosseira observação , não
                encontramos relação entre morbidade e baixas ou altas temperaturas e nem com
                oscilações de temperatura, ou chuvas, através de análise mais acurada. Entretanto,

                encontramos associação com baixas umidades, com as quais temperaturas
                mínimas e diferenças de temperatura mostraram-se correlacionadas.
                      É possível assim, que as relações admitidas classicamente entre DM e frio
                decorram da ligação entre frio e ar seco  54, 63, 225 , representando, na verdade, uma
                associação aparente. A literatura admite o papel favorecedor do frio, por levar à

                maior ajuntamento de indivíduos de baixas condições econômicas em ambientes
                exíguos e mal ventilados, possibilitando maior transmissão da doença. Portanto,
                precisamente  neste sentido, não atuaria  diretamente como elemento climático

                sobre a ocorrência da doença, mas representaria, dessa forma também, uma
                associação secundária e dependente de outra variável, o nível socioeconômico.
                Sua atuação sobre a ocorrência de DM seria, assim, indireta e apenas sobre grupos
                sociais que convivessem em aglomeração.
                      O fato de não detectarmos, na epidemia de Londrina, correlação valorizável

                com baixas temperaturas pode dever-se à ausência, ali, de massa critica suficiente
                em condições de ajuntamento pelo frio, ou ao insignificante papel do aumento da
                transmissão intradomiciliar do meningococo, no processo epidêmico.

                      Uma vez determinada a participação da baixa umidade relativa do ar sobre
                a ocorrência de DM, na região estudada, resta tentar explicar como isso se faria.
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                      SICÉ, ROBIN & BROCHEN  admitiram que a baixa umidade do ar, alterando
                a integridade dos mecanismos de defesa da mucosa respiratória junto com o calor
                e os ventos salinos pudessem ter contribuído para a ocorrência epidêmica da DM

                no Sudão, em 1938. WADDY , em 1952, comparando a frequência da DM na Costa
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                do Ouro e na Inglaterra e Gales, supôs que a baixa umidade do ar fosse o principal
                fator predisponente à doença, tanto na África tropical, como em países de clima

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                temperado. LA PEYSSONIE , em 1963, também admitiu que, nas Savanas da
                África, a queda da umidade contribuía para a deflagração de epidemias e, a sua
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                elevação, para o controle dessas. REY e col. , em 1972, supuseram que, em Dacar,



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