Page 25 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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a organização dos serviços de saúde em londrina: antigos e novos registros de uma experiência em processo



            alternativas, não depende de modelos analíticos e operacionais
            que fazemos e elegemos como cópia da realidade, mas depende
            sim do nosso grau de inserção em todos os níveis do processo
            e de nossa consciência crítica” (68).
                 Neste sentido é que se ressalta como interesse maior deste
            estudo a apresentação crítica da experiência de organização de
            serviços de saúde em nível local, que se constitui num problema,
            ou em outras palavras, num objeto de investigação, na medida
            em que decorre de experiência ativa, da ação. Observa-se na
            atividade diária que a explicação dos fenômenos ou criação de
            soluções novas tendem a partir daqueles que estão diretamente
            envolvidos na prática cotidiana de ações de promoção, proteção
            ou recuperação da saúde, por mais simples que sejam essas ações.
            Esta prática deve estar sendo permanentemente observada,
            analisada e reformulada. Pretende-se, com este enfoque,
            contribuir para a reflexão crítica das pessoas envolvidas no
            trabalho e servir também como instrumento de avaliação das
            limitações a que está submetida a atuação da estrutura político-
            administrativa municipal.
                 Diferentemente de Ferrara, Acebal e Paganini, que entendem
            organização sanitária como o “que se refiere a la estructura interna y
            distribuición de funciones (...) el ordenamiento e coordenación de los recursos”
            (23), optamos por ampliar esse conceito atribuindo-lhe um
            caráter menos estático, mais próximo do conceito de produção
            social das ações de saúde. Nesse sentido, por organização de
            serviços de saúde entende-se todo o processo de colocar e
            manter em funcionamento uma estrutura de serviços médico-
            sanitários à população. Processo entendido desde a decisão
            política de implantação de unidades prestadoras de serviço, ou
            melhor, desde as pressões exercidas para esta tomada de decisão,
            passando pelas fases de estabelecimento dos fluxos financeiros,
            estruturação física, seleção e treinamento de recursos humanos,


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