Page 26 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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INTRODUÇÃO
escolha de equipamentos, materiais e execução das atividades.
Incluindo-se a identificação/previsão de obstáculos e definição
de estratégias para sua superação.
É a produção social das ações de saúde, que,
basicamente, constitui a variável mais importante no processo
psicossociocultural de definição da doença. São as formas
com que os conhecimentos médicos chegam à população que
explicam variações na definição do que seja normal ou anormal.
E é, através da forma de organização, de estruturação do
próprio sistema de saúde que a necessidade de atenção médica
se transforma, ou não, em demanda. Habitualmente não se
privilegia, nas discussões sobre sistemas de saúde, a questão da
organização dos serviços. Como observa Cordeiro (19):
“Basicamente atribui-se uma série de fatores ligados à
utilização, ou à não-utilização dos serviços de saúde, à população.
E, na realidade, o eixo, ou o ponto central, ou a variável mais
importante está ao nível da organização dos serviços de saúde.
Imputar à população, ou à produção de recursos humanos ou
à produção de recursos materiais, e principal responsabilidade
dos problemas ou “desvios”, ou “pontos de estrangulamento”
existentes ao nível do sistema de saúde, não me parece correto.
Ou seja, é necessário, antes de tudo, privilegiar o nível da
produção de serviços, produção aí entendida tanto em termos
de conhecimento, quanto em termos de técnicas”.
Quanto à delimitação “em nível local” deve ficar explícito
que, em nosso caso, refere-se aos serviços de Atenção Primária
de Saúde enquanto administrados pelo poder público
municipal, ou seja, pela Prefeitura – instância local de Governo
– através do órgão específico do setor, quer conte ou não com a
participação de outras instituições para sua manutenção. Neste
sentido, o estudo centraliza-se no processo de organização de
serviços de saúde ora desenvolvido no município de Londrina
(PR).
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