Page 186 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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sua própria fonte geradora, a OPS. Como já se observou, houve mudanças
importantes no período imediatamente posterior ao anúncio da proposta,
que levaram à desestabilização do seu núcleo intelectual e operativo. Se
sua elaboração tivesse envolvido, de forma mais coletiva, atores inseridos
nos processos reais da formação de médicos, talvez houvesse base de
sustentação e/ou massa crítica suficiente para dar prosseguimento à sua
implantação e aprimoramento.
Em segundo lugar, houve problemas em relação às audiências
preferenciais às quais a proposta se dirigiu, constituídas pelas entidades
nacionais e internacionais de educação médica atuantes no cenário
latino-americano. Por ocasião do lançamento da ideia, elas já enfrentavam
sérias dificuldades, que ameaçavam sua capacidade de dar sustentação a
qualquer proposta. Ou seja, apesar de haver disposição inédita de atuação
conjunta, a FEPAFEM e a ALAFEM não tiveram condições de implementar
as ações necessárias à operacionalização da proposta.
Enfim, a única maneira de conferir materialidade institucional à
proposta seria conseguir ultrapassar o âmbito das entidades representativas
e levá-la a se instalar diretamente nas escolas médicas.
Particularmente no que se refere ao Brasil, dependendo das
definições metodológicas que seus promotores venham a fazer sobre
o projeto na sua Fase III, talvez a experiência da CINAEM possa ser
considerada como de continuidade, pelo menos em termos conceituais,
da proposta “Gestão de Qualidade”, formulada pela OPS.
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