Page 181 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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pioneira de aplicação de conteúdos do planejamento e gestão estratégica
na educação médica.
No que se refere aos atores com atuação continental (FEPAFEM)
ou regional (ALAFEM), tampouco se verificaram, nos anos posteriores
ao encontro, iniciativas com vistas à operacionalização da proposta de
gestão de qualidade. A ALAFEM não conseguiu viabilizar sua anunciada
17.ª Conferência, prevista para 1998, na Bolívia. A FEPAFEM, que também
tem uma história marcada essencialmente por mobilizações em torno
de eventos, realizou em Buenos Aires, em outubro de 1997, sua XV
Conferência. Contudo, no seu temário não se observa qualquer discussão
em torno da proposta apresentada em Punta del Este.
Finalmente, quanto à OPS, formuladora da proposta, registre-se que,
logo após o Encontro de Punta del Este, principalmente em 1995, houve a
troca da coordenação do Programa de Desenvolvimento de rhs da OPS e
de parte da sua equipe técnica, acompanhando, aliás, a mudança ocorrida
em 1994 na direção geral da OPS. A nova direção não vem dando sinais
de que a temática da educação médica seja prioritária no corpo das suas
diretrizes, o que deve refletir, pelo menos em parte, o posicionamento dos
países do continente americano, já que a estrutura e o poder decisório na
OPS são compartilhados através de organismos colegiados.
Apesar disso, com a intenção de dar seguimento às discussões do
Encontro de 1994, foi constituído, em 1995, um “Comitê de Condução
(Steering Committe) em Educação Médica na Região das Américas”. Este
organismo vem realizando reuniões para a formulação de uma proposta
cooperativa, denominada “Educación Médica Permanente en benefício
de la equidad y calidad de la respuesta social en salud en America
Latina y el Caribe” (OPS/ALAFEM/FEPAFEM/NETWORK, 1996). Fato
novo, neste processo, vem sendo a incorporação de novos atores ao
nível da formulação, em conjunto, de uma proposta continental. Além
dos tradicionais interlocutores da OPS na área de educação médica,
como a FEPAFEM e a ALAFEM, verifica-se a retomada de participação da
Fundação Kellogg (neste caso, através da coordenação do seu programa
para a América Latina e o Caribe), a presença da NETWORK, representada
pelo coordenador do seu capítulo latino-americano e a participação de
coordenadores de Centros Colaboradores da OMS existentes nas Américas.
Na verdade, apesar da proposta cooperativa que está sendo
elaborada se situar nos marcos das discussões sobre equidade e qualidade,
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