Page 176 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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tenham servido como uma das fontes de apoio para o desencadeamento
         de mudanças” (RODRIGUEZ, 1997b).
               A respeito da avaliação, a proposta faz referência a vários autores
         que mostram a sua importância nos processos de mudança, considerando
         a avaliação parte integrante dos projetos ou das propostas inovadoras e
         entendida como oportunidade para refletir sobre todo o processo.
               Ferreira (1995) afirma que “o importante é reconhecer o potencial
         e as limitações da avaliação externa, da autoavaliação e do seguimento
         contínuo da gestão de qualidade. Considerando que o que se  busca é a
         transformação a partir de um processo participativo que leve em conta a
         análise do contexto e a extrapolação prospectiva, no redimensionamento
         da missão de formar médicos”.
               A construção ou reconstrução dos novos modelos educacionais
         integrados deve gerar, simultaneamente, a construção de processos
         avaliativos, “(...) sem que isso signifique que pensemos na avaliação
         como um fim em si mesmo, mas enquanto instrumento fundamental para
         orientar a análise de resultados e a reflexão permanente do processo
         educativo que deve ser transformador (...) propomos o desenvolvimento
         de um intenso trabalho de reflexão intrainstitucional capaz de contribuir
         para a transformação do processo educativo e dos seus atores, o que
         pode não ocorrer caso não se desenvolva um processo participativo”
         (RODRIGUEZ, 1997b).
               A proposta retoma a análise prospectiva, resgatando seu enfoque
         metodológico, voltado para a mobilização de todos os atores da instituição,
         mas também envolvendo outros setores, como os serviços de saúde.
         Também resgata o planejamento estratégico de recursos humanos em
         saúde, considerando-o como seu eixo operacional.
               A  proposta  formulada  pela  OPS  orienta-se,  do  ponto  de  vista
         operacional, para a instrumentalização de um processo de gestão da
         qualidade que possa levar ao aperfeiçoamento permanente da educação
         médica. O processo se desenvolveria em três etapas:
               1.ª) uma avaliação externa rigorosa utilizando, segundo seus
         autores, critérios e indicadores semelhantes aos adotados por Flexner, com
         os devidos ajustes quanto ao modelo conceitual e ao compromisso social
         que, hoje, deve orientar a formação médica. Recomenda-se que, para o
         desenvolvimento desta etapa, prevista para durar no máximo quatro dias,
         haja a participação de um consultor externo e que o trabalho seja feito por


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