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Figura 19 – Representação gráfica do processo de elaboração do paradigma atual
                           da medicina













                            Fonte: OPS, 1997, p. 434.
               Reconhece-se a existência, na gestão estratégica de qualidade, de
         potencialidades capazes de gerar transformações no paradigma dominante,
         na medida que ela contém, em seu núcleo, um novo conceito de qualidade
         que “(...) supõe a existência de formas de subordinação a controles e
         normas de conduta estabelecidas fora da profissão, coisa que não existia
         anteriormente. A instância legitimadora dos critérios de qualidade não
         se localiza mais exclusivamente no seio da corporação médica, pois não
         são mais os médicos os únicos atores no cenário, ao contrário do que
         acontecia no círculo de qualidade flexneriano” (OPS, 1995).
                 O corolário desta suposição é que o movimento de construção de
         um novo paradigma se realiza tanto no plano do cuidado médico como
         no da formação dos seus profissionais. E, para isso, contribui o enfoque
         da gestão estratégica de qualidade, já que esta:
             “(i)  permite  analisar  permanentemente  a  prática  médica,  suas
                modalidades de organização e funcionamento, acompanhando e
                atuando sobre o currículo, para que suas atividades possam ser
                avaliadas e aperfeiçoadas;
             (ii)  supera as limitações dos instrumentos convencionais de avaliação,
                centrados na seleção dos melhores, para constituir-se em um
                incentivo para a melhoria de todos;
             (iii) pode conduzir à definição de objetivos de qualidade específicos,
                substituindo critérios universalistas, às vezes pouco aplicáveis a
                realidades diferentes dos países e das instituições;
             (iv) pode representar uma forma de julgar os problemas da educação
                médica, em sintonia com as conquistas da cidadania  e dos
                processos de participação social nas questões públicas, dentro
                do novo contexto democrático que vive a América Latina” (OPS,
                1997).


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