Page 218 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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197 serviços de saúde e 644 organizações comunitárias, atingindo, direta
         e indiretamente, 3.312.000 pessoas das comunidades.
               Esta imensa polifonia de experiências, com particularidades
         decorrentes de condições e contextos específicos de cada país, região,
         município, organização e grupo de pessoas participantes, produziu
         conhecimento, conquistas, dificuldades e lições aprendidas próprias da
         construção prática de um novo paradigma para a saúde na América Latina.
               Estas experiências, que adquiriram validade histórica ante as atuais
         circunstâncias do subcontinente, dizem respeito à construção de novos
         sujeitos sociais, a novas formas de prestar os serviços de saúde, a novas
         maneiras de formar os profissionais de saúde, a novas alianças estratégicas
         para conseguir estes objetivos. Implicam ajustes às normas institucionais e
         impactos nas políticas públicas de saúde, educação e participação social.
         Também produziram novas perguntas.”
               Dentre essas perguntas, algumas dizem respeito a todos os processos
         de mudança, independente de sua origem ou movimento impulsionador:
         Até que ponto os médicos e outros profissionais que se graduarão nos
         cursos e escolas que experimentam e desenvolvem projetos/processos
         de mudança, adotarão efetivamente práticas inovadoras? Até que ponto
         contribuirão para produzir modificações substantivas nas práticas médicas
         e dos sistemas de saúde?
               Também nesse período (1999-2001), participamos ativamente do
         ápice do movimento de elaboração, discussão e aprovação das Diretrizes
         Curriculares Nacionais para os cursos de medicina e demais profissões da
         área da saúde. Contudo, foi no decorrer dos anos 2002-2010 que, como
         coordenador da Rede UNIDA (2001-2006), como coordenador do curso de
         medicina da UEL (2004-2008) e como docente/pesquisador durante todo
         o período, que vivemos e acompanhamos as dificuldades, os avanços e
         retrocessos do movimento de educação médica no país.
               Conforme registramos na apresentação da segunda edição da
                                  11
         coletânea publicada em 2005 :
               “A Rede UNIDA sabe que a construção das Diretrizes Curriculares
         apenas começou. Sua primeira aparição, sob a forma de texto escrito/




         11
           Almeida, MJ (Org) Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos Universitários da Área
         da Saúde. Rede Unida, Londrina, 2005.

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