Page 219 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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prescrito, legal e oficial, está finalizada. Restam, sobretudo, as aparições
         sob a forma de realidades vividas, concretas, nos ambientes dos cursos
         e das universidades. Restam, sobretudo, as aparições sob a forma da
         existência de profissionais de saúde de “novo tipo”, formados nos novos
         currículos, com os perfis profissionais preconizados, atuando como
         profissionais preocupados com a qualificação da atenção aos usuários
         e como cidadãos comprometidos com uma sociedade mais justa. (...)
         Não nos contentamos com a publicação e divulgação das Resoluções.
         Queremos apoiar iniciativas que façam com que as letras saiam do papel
         e se transformem em ações de ensino e de aprendizagem inovadoras.
         Esta publicação não é um simples produto editorial que se esgota em si
         mesmo. Ela faz parte de um processo mais amplo. Ela é, isto sim, um passo
         a mais que busca sensibilizar e conscientizar para os difíceis e complexos
         processos de mudança na formação profissional. Trata-se, enfim, de uma
         construção coletiva inacabada. Que depende de todos!”.
               Em decorrência das participações mencionadas, acompanhamos
         de perto a elaboração e produção de vários estudos sobre a educação
         médica no País. Em nossa opinião, três deles foram marcantes: a tese de
         doutorado da Professora Laura Camargo Macruz Feuerwerker – “Além
         do discurso de mudança na educação médica: processos e resultados”,
         defendida na USP em 2002; a tese de doutorado da Professora Jadete
         Barbosa Lampert – “Tendências de mudanças na formação médica no
         Brasil: tipologia das escolas”, defendida na FIOCRUZ, também em 2002;
         e a tese de doutorado da Professora Gianna Lepre Perim – “Avaliação da
         educação superior: uma realidade na educação médica”, defendida na
         UNICAMP, em 2007.
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               A Professora Laura Feuerwerker, em sua tese , parte do contexto
          de que as escolas médicas brasileiras encontram-se diante do desafio de
          mudar para formar um profissional crítico, capaz de aprender a aprender,
          de trabalhar em equipe, de levar em conta a realidade social para prestar
          uma atenção à saúde de qualidade. Segundo ela, “as mudanças necessárias
          são profundas porque implicam a transformação de concepções, práticas
          e relações de poder, tanto nos espaços internos das universidades, como




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           Feuerwerker, L.C.M. Além do discurso de mudança na educação médica: processos e
         resultados. HUCITEC, Rede UNIDA, ABEM. Rio de Janeiro, 2002, 306p.

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