Page 227 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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calamidade pública na saúde! Se é inestimável o prejuízo que essa situação
         vem causando para a saúde da população, podemos também acrescentar
         as consequências danosas, ainda não totalmente percebidas, para os
         processos de formação dos médicos e dos demais profissionais de saúde.
                 Também há ainda uma insuficiente compreensão sobre a natureza
         e a profundidade das mudanças que as Diretrizes Curriculares preconizam.
         Por vezes, não se registram distinções entre modificações pontuais e as
         de maior profundidade. Muitos dirigentes universitários, professores,
         estudantes, gestores e profissionais dos serviços de saúde não se dão
         conta do impacto qualitativamente distinto que acontece no âmbito dos
         serviços prestados à população, segundo o grau de profundidade das
         mudanças, se meras inovações, se reformas limitadas ou se transformações
         em profundidade.
                 Esses limites, como outros, persistem mesmo na vigência das
         Diretrizes Curriculares, que preconizam avanços além do que se tem
         obtido. Não se trata, portanto, de gastar tempo investindo em modificar
         as Diretrizes Curriculares. O momento é de compor as estratégias para
         sua implantação e desenvolvimento, sempre mutáveis, pois precisam estar
         sintonizadas com as conjunturas políticas e com os contextos institucionais.
                 Apesar  de  tudo,  felizmente  avançamos.  Tanto  assim  que
         propusemos alterar o  subtítulo do livro. Ao invés de “Possibilidades de
         Mudança”, como consta da primeira edição, optamos por “A mudança é
         possível!” Alguns amigos, velhos amigos, orientadores de muitos anos,
         consultados, chegaram a sugerir “Sim, a mudança é possível!” (Professor
         Mario Chaves, um dos autores da Apresentação da primeira edição) ou “A
         mudança é mais que possível, é essencial!” (Professor José Roberto Ferreira,
         coautor do Prefácio da edição de 1999). Não me senti à vontade com essas
         alternativas. Não sou/estou tão convencido assim... O Professor Mario e o
         Professor José Roberto continuam os lutadores aguerridos de sempre. Mas
         como demonstração de que também continuo um “otimista incorrigível”,
         como dizia o saudoso Professor Carlos Gentile de Mello, concordo em
         aproveitar os pontos de exclamação das sugestões de ambos. Assim, o
         título desta segunda edição foi escolhido, também democraticamente,
         como produto da construção de alianças e na companhia de gente que
         prezo.
                 Finalizamos  agradecendo  a  participação  e  contribuição  do
         Professor João Campos, amigo de muitos anos e que, não fosse sua


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