Page 226 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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Esse estudo, ainda pouco difundido no interior do movimento de
educação médica, contribuiu para ampliar e aprofundar a compreensão
do papel da avaliação nos processos de mudança da Educação Superior
e, particularmente, da Educação Médica.
Nesses 12 anos, além desses estudos, de maior fôlego e com
graus de profundidade condizentes com sua condição de pesquisas/teses
de doutorado, outros seguramente foram realizados, que não chegaram
a ser do nosso convívio, afora as centenas de pesquisas publicadas nas
revistas científicas, em especial na Revista Brasileira de Educação Médica e
milhares de trabalhos foram apresentados nos eventos regionais, nacionais
e internacionais de educação médica.
A vitalidade desse campo de conhecimento e a capacidade de
articulação e força política de seus principais atores resultaram na criação,
em 2003, da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
(SGTES), do Ministério da Saúde. Por meio dessa estrutura, várias iniciativas
de políticas públicas vêm sendo desenvolvidas, algumas contando com
o apoio e participação da área de recursos humanos da OPAS. Para citar
algumas, destacamos: Promed, formação de Ativadores de processos de
mudança, Pró-Saúde, PET-Saúde, Faimer, entre outros.
Encerramos reafirmando que é importante termos conhecimento
dos avanços verificados nesses anos. Principalmente para não perdermos
de vista que ainda há muito para ser feito. Ainda é muito grande o número
de professores e estudantes refratários às mudanças, aos novos princípios
e valores educacionais, em especial às metodologias ativas de ensino-
aprendizagem, aos novos cenários e às novas modalidades de avaliação.
Também os sistemas locais de saúde são em geral pouco receptivos
às parcerias com as escolas. A presença de estudantes e professores é
vista ainda com reservas. Os serviços de saúde não se enxergam como
parte do processo formativo. Isso sem esquecer a crise que insidiosamente
vem tomando conta do SUS. Nos últimos anos e, com especial ênfase
nos últimos meses, o agravamento das condições de funcionamento dos
serviços públicos de saúde está atingindo patamares jamais alcançados. O
fato acontece não só nas regiões metropolitanas. Também nos pequenos
municípios e nas cidades de porte médio, como é o caso de Londrina
e de Marília, cidades que dispõem de boas estruturas de saúde e de
bons cursos de graduação na área. Ambas encontram-se em estado de
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