Page 72 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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âmbito internacional de divergências e conflitos que existiam nos âmbitos
nacionais e ao nível de cada escola médica.
Todos esses cenários são arenas de lutas políticas decorrentes de
contradições nas práticas médicas e na educação médica, baseadas em
distintas concepções de sociedade, de políticas sociais, de políticas de
saúde e de educação médica.
a educaçãO médica latinO-americana nOs anOs 1970/80 e
O mOvimentO mundial de educaçãO médica nO Final dOs anOs 1980
Logo no início do período há um acontecimento no campo setorial
que merece ser destacado. Trata-se do 2.º Plano Decenal de Saúde das
Américas, aprovado em 1972 pelos Ministros da Saúde, o qual ratificou
a saúde como direito de todos, identificou os rhs como elementos
fundamentais para a atenção médica integral e reiterou o apoio ao
ensino das Ciências da Saúde que vinha sendo promovido pela OPS. O
2.º Plano Decenal dedicou muitas das suas recomendações à prática e à
educação médica, ressaltando que esta deve tratar a saúde como função
biológica e social, serem multidisciplinares e estabelecerem relações dos
organismos de saúde pública e privados com as universidades, por meio
da regionalização docente-assistencial, da medicina de comunidade e da
participação precoce do estudante nos serviços (OPS/OMS, 1973).
No campo específico da educação médica, em consequência do
crescimento econômico, do desenvolvimento das áreas sociais e da maior
demanda do mercado de trabalho em muitos países da região, ocorreu
o aumento acelerado do número de escolas médicas, principalmente
no final dos anos 1960 e início dos 1970, cuja intensidade decresceu no
decorrer da década de 1980. Nos anos 1970, esse processo foi objeto de
iniciativas visando ao seu controle.
Duas reuniões internacionais foram convocadas com este propósito.
A primeira, em 1976, sobre Princípios Básicos para o Desenvolvimento da
Educação Médica na América Latina e no Caribe, realizada em Caracas, foi
promovida pela OPS e FEPAFEM. Nesta reunião assinalou-se que a prática
médica e o sistema de atenção à saúde prevalentes eram determinantes
em relação à educação médica.
A segunda reunião, em 1977, sobre Requisitos Mínimos para
a Criação de Escolas de Medicina, realizada em Salvador (Brasil), foi
promovida pela OPS, FEPAFEM e Fundação Rockfeller. Nesta oportunidade,
os participantes fizeram críticas à criação indiscriminada de escolas, cujos
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