Page 74 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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à instalação dos Mestrados em Medicina Social no Rio de Janeiro, no
México e em Quito; promoção de uma série de “talleres” de Educação
em Ciências da Saúde (FERREIRA, 1992).
Estes seminários contaram com a participação de convidados
de todo o continente, tornando possível o acúmulo de informações e
análises sobre os processos em curso, a identificação das insuficiências das
propostas em andamento para o desenvolvimento da educação médica,
a introdução de novos enfoques na orientação da formação em ciências
sociais aplicadas à saúde e à própria transformação da educação médica.
Esse processo de reflexão propiciou também a inconclusa produção
de Andrade (1979) em torno da formulação de um “Marco Conceitual da
Educação Médica na América Latina”. Neste trabalho, o autor procurou
identificar os conteúdos conceituais implícitos no processo de formação
dos médicos que configurariam o marco conceitual da educação médica
latino-americana, construído a partir de quatro hipóteses.
Andrade postulou, em uma primeira hipótese, que o marco
conceitual da educação médica encontra-se no centro de uma intrincada
rede de relações e resulta da interação entre os diversos elementos que
dela participam, dentre os quais se destacam, por sua importância: as
estruturas social, econômica e da prática médica em cada país; o currículo;
as relações internas do processo de produção de médicos, a ideologia
dominante no âmbito profissional e a estrutura de poder internacional
(Figura 4).
Figura 4 – Relações externas do marco conceitual da educação médica em países
dependentes
Nota: as linhas mais grossas assinalam a direção de influência dominante.
Fonte: Andrade, 1979.
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