Page 142 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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Sobre o processo de construção das diretrizes curriculares
nacionais, do ponto de vista da gestão do Curso de Medicina da
UEL, eu diria que a aderência, na prática, não no que está prescrito
no PPP, mas do ponto de vista da aderência em relação ao currículo
efetivamente executado pelo Curso de Medicina da UEL, as
diretrizes curriculares nacionais para a graduação da Medicina, se
eu fosse botar numa escala, eu diria que está ai na faixa dos 70% a
80%. Ou seja, em relação às questões de foco pedagógico,
metodológico, compromisso com a rede de serviços, tenho muita
clareza de que isso se você pensar que a prática dos serviços daqui
se dá no Hospital Universitário que é o Pronto Socorro Municipal,
portanto não é o pronto socorro de referências de casos
interessantes, mas é de casos complexos sim, mas é de compromisso
com os serviços. Do ponto de vista dos serviços sobre a
correspondência das diretrizes com o curso, eu acho que a gente tem
uma maior falha ainda, uma debilidade que é no deslocamento das
práticas dos dois últimos anos do curso para a Rede. É o nosso
grande problema que ainda não se conseguiu superar. Fora isso, do
restante das diretrizes e mesmo no Internato, é um Internato que
utiliza metodologia ativa de ensino-aprendizagem, embora em
alguns momentos seja mais de treinamento em serviço do que
aprendizagem em serviço, que é o que idealmente deve se ter. (...)
Nós temos as duas situações aqui no nosso internato. Alguns
estágios são mais treinamento em serviço do que - como deveria ser
- uma aprendizagem no trabalho, em que a teoria e a prática estão
articuladas entre si. O treinamento em serviço é muito mais carregar
o piano exercitado à exaustão, do que pensar o ensino. E também há
a questão da frágil articulação entre pesquisa científica e ensino que
a gente tem em Londrina, que é histórica, não só da Saúde Coletiva,
de todas as áreas. E é uma escola que está muito mais marcada pelo
seu compromisso e desempenho na assistência do que na produção
do conhecimento. Isso se dá também na Saúde Coletiva. A gente é
mais atuante nas atividades de ensino, no trabalho de atenção à
saúde do que na produção e na investigação. (GUEL1)
Outra gestora do curso tem uma visão muito semelhante em
relação a este importante aspecto destacado nas DCN sobre o trabalho
multiprofissional:
Sei que é com a Enfermagem, que eles [estudantes] têm atividade de
PIN também, e eles também vão à UBS. Tem alguns alunos que
fazem estágio no SIATE, aí eles têm lá também alguma coisa com o
pessoal de Enfermagem, atende resgate e tal. (...) Na minha opinião,
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