Page 19 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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                                            A Saúde Coletiva tem sido tradicionalmente definida como um

                            campo de saber e de práticas que toma como pressuposto a compreensão da

                            saúde  como  um  fenômeno  eminentemente  social,  coletivo,  determinado

                            historicamente  pelas  condições  e  modos  de  vida  dos  distintos  grupos  da


                            população. O debate teórico  e epistemológico que existe hoje no campo da

                            Saúde  Coletiva  contempla  uma  conceituação  mais  avançada  da  saúde,

                            enquanto objeto de conhecimento e de intervenção, entendida como parte do

                            complexo saúde-doença-cuidado, que incorpora a trajetória das relações que

                            a determinam, inclusive a relação dos indivíduos, grupos sociais e populações


                            com o sistema de serviços de saúde (Teixeira, 2003).


                                            Ancorada nesta reflexão abrangente sobre a saúde, a Saúde


                            Coletiva vem se configurando, especialmente no Brasil, como um campo de

                            produção  de  conhecimentos  e  tecnologias,  e  como  um  “âmbito  de  práticas

                            sociais” (Paim, 1993).  Nesse sentido, a Saúde Coletiva se articula com um

                            conjunto heterogêneo de movimentos ideológicos de reforma do ensino e da

                            organização  das  práticas  de  saúde,  redefinindo  conceitual  e  politicamente


                            algumas propostas e incorporando outras — a exemplo do que ocorreu com a

                            Medicina  Preventiva  e  com  a  Medicina  Comunitária,  quando  se  iniciou  a

                            reflexão crítica na área, nos idos de 1970-80 e, mais recentemente, o diálogo

                            com  a  Saúde  da  Família  e  o  debate  sobre  as  propostas  e  políticas  de


                            promoção da saúde (Paim e Almeida Filho, 2000).


                                            Na  transição  da  década  de  1980  para  1990,  surgiu,  no

                            contexto de uma reflexão de alcance internacional liderada pela Organização


                            Pan-Americana  da  Saúde  (OPAS),  uma  abordagem  que  se  qualificou  como
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