Page 21 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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contundente crítica às formulações e às práticas que, anteriormente, haviam
se voltado contra o modelo médico hegemônico; também se discutiram as
diferenças entre Medicina Preventiva, Medicina Social e Saúde Pública
(Garcia, 1983).
O trabalho de Arouca (1975) apresentou uma profunda análise
crítica do projeto preventivista, assinalando, entre outros pontos, a delimitação
da Medicina Preventiva que, por um lado, afirma a sua identidade e a
diferencia da própria Medicina e, por outro, estabelece suas diferenças com a
Saúde Pública e a Medicina Social. Nessa tese, o autor procurou também
redefinir o campo de trabalho que, até então, tratava indistintamente o
preventivo e o social.
Em meados da década de 1970, as idéias sobre a Medicina
Social foram objeto de um documento da OPAS que afirma o seu
entendimento como o campo de práticas e conhecimentos relacionados com a
saúde, cuja preocupação principal é estudar a sociedade, analisar as formas
correntes de interpretação dos problemas de saúde e da prática médica (Silva,
1973).
Nesse sentido, o quadro conceitual que fornecia as bases
para repensar esse campo de práticas era o de considerar que, em
cada formação social concreta, a educação cumpre um papel fundamental
na reprodução da organização dos serviços de saúde e se cristaliza na
re-atualização e preservação das práticas específicas, tanto nas dimensões
do conhecimento quanto nas técnicas e no conteúdo ideológico. Desta forma,