Page 20 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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crise da Saúde Pública, definida como a incapacidade da maioria das
sociedades de promover e proteger sua saúde, na medida em que suas
circunstâncias o requeiram (OPAS, 1993).
Numa tentativa de abrir novas perspectivas de orientação para
a saúde coletiva, o movimento internacional da promoção da saúde propôs a
vertente conhecida como “cidades saudáveis”. Ao mesmo tempo, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) promovia o debate sobre uma nova
saúde pública, estimulando a reflexão no continente americano sobre a teoria
e prática da saúde pública (OPAS, 1992).
Vale ressaltar os principais marcos da evolução desse
campo de saber e práticas, inicialmente denominado de Medicina Preventiva e
Social, e que se converteu em um movimento de idéias até 1970. Ao se
instaurar o projeto preventivista, estabeleceu-se um projeto pedagógico
diferente do até então existente, que tivera seu principal modelo na formação
de sanitaristas — via cursos de especialização em saúde pública. Registre-se
que a criação de um Programa de Residência Médica na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Rocha et al., 1992)
em 1962 pode ser citada como pioneira na formação de um profissional com
base na integração das ações preventiva e curativa (Nunes, 1994).
Até final dos anos de 1960 e início de 1970, inclusive sob o
impacto da reforma universitária (1968), apareceram outras iniciativas com o
objetivo de atualizar a formação de recursos humanos em saúde (Paim,
1994). Nessa década, apareceram alguns trabalhos que estabeleceram uma