Page 76 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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Merece destaque a conclusão principal dessa pesquisa, que
nunca foi publicada, e que se encontra guardada até hoje nos arquivos da
FINEP no Rio de Janeiro, evidenciando que o conceito estratégico passa a ser
o de integração docente-assistencial (IDA), porque os programas docente-
assistenciais, na época, supunham uma redefinição do currículo médico e uma
proposta de seriação em que os estudantes, desde os primeiros anos,
deveriam cumprir tarefas práticas na rede oficial de serviços.
Em linhas gerais, pode-se dizer que o histórico da Saúde
Coletiva na UEL constitui um caso representativo da trajetória do movimento
preventivista no país que, de realizações limitadas a alguns docentes
sensibilizados pela problemática preventivista, passa a ser incorporado pelo
programa de reforma do ensino médico do governo militar, impondo-se, pelo
menos “legalmente”, em todas as Escolas Médicas.
Com isso, o movimento preventivista ganhou espaço na
realidade do ensino médico do país, trazido a reboque de um movimento mais
amplo de redefinição da prática e do ensino médico, cujas principais diretrizes
podiam ser assim resumidas:
1. Crescente racionalização do ensino e, particularmente,
articulação mais estreita entre ensino e prestação de
serviços médicos;
2. Presença bem mais acentuada do governo na problemática
geral da educação médica, inclusive incentivando o
aparecimento de várias novas escolas médicas,
sustentadas por uma estrutura administrativa privada;
3. Convocação, pelo governo, da participação do INPS como