Page 77 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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financiador do setor, já que se configurava como
controlador da maior parte da atenção médica e era o maior
empregador nessa área;
4. Integração do trabalho médico no mercado de trabalho
assalariado, com o conseqüente declínio da prática médica
liberal;
5. Agregação às funções tradicionais da escola médica de
uma nova função – o serviço à comunidade;
6. Proposta de ampliação da cobertura dos serviços médicos
com base no cuidado primário (rompendo, na comunidade,
a cadeia epidemiológica, para evitar a configuração da
doença);
7. Definição do Hospital Universitário como centro básico de
um sistema hierarquizado de saúde.
Finalmente, o relatório da pesquisa ressalta que, entre a
proposta racionalizadora da ideologia preventivista definida internacionalmente
e o discurso do MEC, que acabava por incorporar tal proposta, existiam
diferenças importantes decorrentes da evolução específica do sistema de
prestação de serviços médicos do país na época. Se no Modelo Racionalizador
de Medicina Preventiva, definido internacionalmente, os níveis de atenção
médica se traduziam num desenho piramidal, nos documentos do MEC, da
época, assumiam um desenho circular, no qual o centro correspondia ao
complexo médico hospitalar universitário/INPS e a periferia à rede regional e
local de serviços, constituída por hospitais menores e Unidades de Saúde.