Page 75 - O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO MÉDICA: ESTUDO DE CASO EM TRÊS UNIVERSIDADES DO PARANÁ
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                                                 reproduzindo, também neste caso, as características fundamentais do
                                                 “modelo racionalizador”. Nota-se, ainda, a preocupação da escola em
                                                 traduzir  em  uma  prática  os objetivos  propostos por  especialistas da
                                                 OPAS em termos de criação de um sistema nacional de saúde pela
                                                 necessidade de regionalização dos serviços de saúde. No Manual de
                                                 Organização  e  Funcionamento  de  três  Unidades  Periféricas
                                                 Integradas  de  Saúde  do  Município  de  Londrina,  explica-se  a
                                                 hierarquização dos serviços na medida em que se descentralizam, o
                                                 que permite uma cobertura maior a toda população. Nesse sentido, a
                                                 escola de Londrina divulga a necessidade de se pôr fim ao esquema
                                                 dual  de  assistência  médica  (visita  domiciliar  por  pessoa  da  própria
                                                 comunidade  e  o  ambiente  hospitalar  sofisticado)  através  da
                                                 implementação de programas locais de saúde (Arouca, 1978).


                                            A  Saúde  Coletiva  da  UEL  não  foi  enquadrada  no  Modelo

                            Mínimo Legal de Medicina Preventiva do currículo mínimo aprovado pelo MEC,

                            ou no Modelo Liberal de Medicina Preventiva enquanto projeto incorporado à


                            Reforma Universitária do ensino médico de 1968. Avaliou-se, na época, que o

                            Modelo  de  Ensino  de  Medicina  Preventiva  desenvolvido  na  UEL  deveria  ser

                            entendido como um Modelo Racionalizador, no qual a estratégia de integração

                            intra-escolar cedia lugar a uma integração para fora, com os outros cursos e

                            com o sistema de saúde, sendo a equipe de saúde vista como agente de saúde


                            em comunidade e o trabalho médico se diluindo na noção de cuidado integral.


                                            A  riqueza  do  marco  teórico  construído  nessa  Investigação


                            Nacional sobre o Ensino da Medicina Preventiva, financiada pelo Programa de

                            Estudos Socioeconômicos em Saúde (PESES), e o quanto ela evidenciava a

                            ausência de uma proposta mais estruturante, só se tornaram evidentes, com a

                            promulgação  da  nova  constituição  em  1988  e  a  criação  do  SUS,  ou  seja,  a


                            superação  legal  do  currículo  mínimo  do  MEC  (Nº506/1969),  só  veio  a

                            acontecer em 2001, com a promulgação das Diretrizes Curriculares Nacionais

                            do Curso de Graduação em Medicina (Almeida e Maranhão, 2003).
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