Page 108 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
P. 108
OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA · CAPÍTULO III - Portador de meningococo e doença meningocócica
até a existência de relação inversa; neste intervalo de concepções, as observações
variam em diferentes surtos de diferentes locais, ou dos mesmos locais.
Na literatura, as muitas investigações se restringem, em geral, à medida
simples e direta da participação mais ou menos isolada do portador na doença, ou
a algumas hipóteses, ainda não confirmadas, englobando em um conjunto várias
condições associáveis.
De qualquer forma, em quase todos os aspectos até hoje envolvidos com
estado de portador, poderíamos citar resultados divergentes ou difíceis de explicar,
embora obedecendo a algumas tendências.
A relação direta entre aglomeração, considerada uma das condições
relacionadas à DM, e prevalência de portadores é frequentemente aceita 7, 84, 94,
126 , assim como predomina a não relação entre taxa determinada de portadores e
surgimento de epidemia 27, 94, 104, 248, 265 e, é também prevista, em situações normais
a associação do estado de portador com a presença de anticorpos específicos 58, 59,
110, 126 .
No tocante ao âmbito socioeconômico, as observações são insuficientes,
talvez reforçando, em alguns pontos, esta ligação 69, 84, 211 . Todavia, é variável a
relação entre frequência de portadores e tamanho de famílias 69, 94, 132 e, quanto
à idade dos portadores ora predominam entre escolares 44, 84, 248 e pré-escolares 84,
248 , ora em adultos, tendendo a ser menos frequentes nos pré-escolares e talvez
predominantes em adolescentes 104, 167, 177 .
O tempo de duração do estado de portador tem variado entre semanas a
100
meses 87, 248 ou anos (portador crônico ), sem causas especificadas. E ainda poder-
9
se-ia admitir a condição de portador intermitente.
A relação entre taxa de portador e fase de evolução de um surto é mal
estudada em populações abertas; nestas, se registraria comportamento inverso
ao de grupamentos fechados, onde os casos de DM tendem a prevalecer na
fase de menor proporção de portadores 38, 63 , que, porém, predominam entre os
contactantes de pacientes, nas populações abertas 48, 84, 126 .
A associação com clima também tem sido variável 27, 150 talvez sendo o
comportamento inverso ao da incidência de casos 248, 265 .
Quanto ao sexo, o estado de portador parece predominar entre adultos
masculinos, diferindo-se os resultados 48, 100 .
106