Page 111 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA · CAPÍTULO III - Portador de meningococo e doença meningocócica
equivalendo a um número de indivíduos procedentes de populações diferentes,
comparáveis estatisticamente entre si.
Para obtenção do material de nasofaringe foram utilizadas zaragatoas
especiais, manufaturadas por nós, como se segue: de arame galvanizado (n18), com
ponta recurva envolvida por algodão absorvente, colocadas em tubos de ensaio
(12x120), secadas a 100°C e esterilizadas a 150°C, a seco, por 1 hora. A colheita
do material de nasofaringe - posterior, atrás do palato mole, introduzindo-se o
suabe pela boca - seguia-se a imediata semeadura em placas com meio específico
de Thayer-Martin e ágar-sangue de carneiro, observando-se as técnicas rotineiras
de assepsia.
A colheita do sangue era feita na mesma ocasião, utilizando-se material
descartável, e colocado em frasco estéril.
Ao mesmo tempo, preenchia-se a ficha específica (Anexo III.1).
Dentro de um prazo variável entre 30 a 120 minutos, o material chegava ao
Laboratório de Microbiologia do Hospital Universitário onde se dava seguimento
ao processo de cultivo e identificação da N. meningitidis e se separava o soro da
amostra de sangue, mantido, a seguir, em freezer, a -20°C.
Colheram-se 388 suabes de nasofaringe e número correspondente de
amostras de sangue venoso.
O procedimento de diagnóstico microbiológico de N. meningitidis foi
realizado sob supervisão contínua de bacteriologista, pelas técnicas habituais 64, 88,
221 , consistindo no seguinte: em campo, no momento da coleta, após as semeaduras
das placas com o meio de Thayer-Martin (46) – semisólido de ágar-sangue de
carneiro, acrescido de vitaminas, aminoácidos (Isovilatex BBL) e antibióticos
(vancominicina, colimicina e nistatina - VCN BBL) – , as mesmas foram
conduzidas, na temperatura ambiente (acima de 20°C), ao Laboratório. Ali foram
imediatamente transferidas a botijões com atmosfera a 10% de Co e incubadas a
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temperaturas de 37-38°C por 24 a 48 horas. A seguir era efetuada a identificação
morfológica das colônias suspeitas e realizados testes bioquímicos preconizados,
deoxidase e fermentação dos açúcares em meio de ágar cistina tripticase. Feito
então o diagnóstico de N. meningitidis - pela evidenciação de diplococos gram
negativos com atividade de oxidase e produção de ácido, a partir de glicose e
maltose, e não de lactose -, procedia-se a identificação do sorogrupo. Esta foi
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