Page 109 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA  ·  CAPÍTULO III - Portador de meningococo e doença meningocócica




                      A associação com processos respiratórios virais é também discutível, seja
                quanto ao seu papel favorecedor ao aumento de portadores, seja em possibilitar

                a invasão sistêmica do meningococo eventualmente presente em nasofaringe .
                                                                                               127
                      Divergem ainda os resultados de pesquisas de portadores efetuadas em fases
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                diversas de mesmos períodos, endêmicos ou epidêmicos .
                      Têm-se procurado correlacionar sorotipos patogênicos com frequência de
                portadores 148,  1631 ,  mas os estudos  divergem. Assim,  considera-se a  associação
                predominante de alguns sorotipos (o sorotipo 2 principalmente) com a ocorrência
                de casos endêmicos e epidêmicos e a sua menor frequência em portadores          163 ,
                ou a inexistência desta associação . Porém, há relativamente poucos estudos
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                nesse sentido, bem como quanto ao possível papel de outros antígenos de reação
                cruzada capazes de explicar a proteção contra a DM.
                      Em síntese, podemos dizer que não há ainda explicações concretas para as

                diversas prevalências de portadores de meningococo, identificados por sorogrupo
                ou sorotipo, em relação ao aumento, ou não, de casos de doença.
                      Quem sabe não muito distante do que se pôde determinar até hoje, vale
                lembrar FLEXNER descrevendo o ciclo de portador e doença, citado por
                                      9
                BLACKFAN em 1907 :

                              “Um portador de meningococo é inserido em um grupo de pessoas, das mais
                              suscetíveis idades. Ao final de certo tempo, algumas são contaminadas através
                              da aspiração de secreções que ele ejeta. Das contaminadas, um número
                              variável torna-se infectada na ocasião e desenvolve a meningite, enquanto
                              um grande número é convertido, seja temporariamente (evanescente) ou mais
                              duradouramente (crônico), em portador. O paciente, durante a doença aguda
                              e por um período indefinido, enquanto convalescente, é também portador.
                              Desde  que o número de portadores  produzido excede  o número de casos
                              de doença, pode-se concluir que a suscetibilidade individual à meningite
                              epidêmica é baixa”.















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